Novo cartão bancário permite pagar bilhete nos transportes públicos de Lisboa

Cartão Caixa Viva, da CGD, funciona como qualquer cartão multibanco, mas tem uma aplicação associada que funciona nos transportes. Valor do bilhete é debitado directamente na conta do cliente.

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Cartão pode ser usado na Carris, no Metro, na Transtejo/Soflusa, na CP-Lisboa, na Fertagus e no Metro Sul do Tejo Pedro Martinho/Arquivo

Os passageiros ocasionais dos transportes públicos da região de Lisboa podem, a partir de agora, pagar os bilhetes a bordo através de um cartão bancário. Para validar, o utente tem de aproximar o cartão das máquinas de leitura automática do metro, autocarro, barco ou comboio. O valor do bilhete é depois debitado na conta à ordem do cliente, que tem de ter uma conta na Caixa Geral de Depósitos (CGD).

O cartão Caixa Viva, criado pelos Operadores de Transportes da Região de Lisboa, em parceria com a CGD, é um cartão de débito da rede Maestro, que funciona como qualquer cartão multibanco. A única diferença é que tem associada a aplicação Viva, que permite o pagamento dos bilhetes.

“Este cartão interessa ao cliente que utiliza ocasionalmente a rede de transportes em Lisboa. Em vez de estar a comprar um cartão ["Zapping"] e fazer um carregamento, pode descontar o valor do bilhete directamente na conta”, afirmou Rui Mendes, da Direcção de Meios de Pagamento da CGD, no lançamento do cartão esta terça-feira, no Museu da Carris, em Lisboa.

Para utilizar o Caixa Viva é preciso ter uma conta na CGD e pedir o novo cartão, cujos valores de aquisição e anuidade são iguais aos que são pagos pelos cartões tradicionais, sem custos adicionais. Ao utilizar este cartão, o passageiro paga menos do que a tarifa de bordo – o preço praticado é semelhante ao valor de uma viagem pré-comprada com o cartão "Zapping". Quem precisar do recibo de pagamento, pode solicitá-lo na página de Internet do Portal Viva.

Nesta primeira fase, os operadores aderentes são a Carris, o Metro de Lisboa, a Transtejo/Soflusa, a Fertagus, a CP (na rede da região de Lisboa) e a Metro Sul do Tejo. No entanto, o objectivo é alargar a rede aos restantes operadores de transportes públicos da região. Poderá também chegar a outras zonas do país, como o Porto. “Pode acontecer, é uma realidade diferente, é outra entidade, mas pode acontecer”, admitiu Rui Mendes. O responsável acrescentou que a ideia é também estender a possibilidade de pagar com o cartão bancário nos parques de estacionamento.

“Esta é a solução que faltava no conjunto de bilhetes disponíveis para os utilizadores do transporte público”, declarou o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, à margem da apresentação do cartão. O governante considera que esta solução serve os “utilizadores de impulso”, como os que visitam Lisboa ocasionalmente ou os que não costumam usar o transporte público na cidade.

É também uma solução para combater a fraude, que, tal como o PÚBLICO noticiou em Setembro, está a custar mais de oito milhões de euros por ano aos transportes públicos de Lisboa. Só na Carris, que funciona em rede aberta, a taxa máxima de infracção chega aos 59%. Os utilizadores “passam a ter um instrumento de pagamento imediato. Aqueles que dizem que não sabiam onde pagar têm agora um cartão bancário, podem utilizar isso”, afirmou Sérgio Monteiro, admitindo, porém, que são necessárias outras medidas.

O secretário de Estado reafirmou também que, em 2014, o aumento das tarifas dos transportes será de 1%, em linha com a inflação estimada. “Dissemos desde 2012, quando fizemos o último aumento extraordinário, que a partir daí deixaria de haver interferência política nas decisões e que o ajustamento dos bilhetes passaria a ser feito todos os anos face à inflação estimada para o ano seguinte”, lembrou. "Não precisaremos de pegar nos impostos do resto do país para subsidiar os transportes das áreas urbanas", disse o governante durante a cerimónia de lançamento.

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