Estado italiano vai deixar de financiar partidos

Proposta do Governo de Enrico Letta deixa aos eleitores opção de destinarem parte dos impostos às suas forças políticas de eleição.

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O primeiro-ministro italiano tinha prometido acabar com as subvenções públicas aos partidos até final do ano Gabriel Bouys/AFP

Os partidos políticos italianos vão deixar de ser financiados directamente pelo Estado e as suas contas passarão a ser auditadas de forma periódica por entidades externas, segundo uma proposta de lei apresentada sexta-feira pelo Governo do primeiro-ministro Enrico Letta.

Se a proposta for avante, a decisão de financiar ou não os partidos ficará nas mãos dos contribuintes, a quem será dada a opção de destinarem 0,2% dos impostos às suas forças políticas de eleição. No caso de optarem por não financiar qualquer partido, essa percentagem reverterá para o Estado.

Segundo o primeiro-ministro italiano, o novo sistema dá seguimento a uma promessa sua de abolir as subvenções públicas aos partidos até final do ano e visa evitar “os escândalos dos últimos anos”, com sucessivos casos de corrupção que corroeram o sistema político em Itália e levaram a níveis históricos o descontentamento dos italianos face à sua classe dirigente.

Beppe Grillo, líder do partido alternativo Movimento 5 Estrelas, na oposição, já criticou a proposta do Governo, que classificou de “piada”. E escreveu no seu blogue que se Letta quiser ser levado a sério, então que devolva todos os fundos estatais que o seu partido — o Partido Democrático — recebeu ao longo dos anos. “Para não receber financiamento público basta não aceitá-lo, tal como fez o Movimento 5 Estrelas”, criticou.

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