Estado italiano vai deixar de financiar partidos
Proposta do Governo de Enrico Letta deixa aos eleitores opção de destinarem parte dos impostos às suas forças políticas de eleição.
Os partidos políticos italianos vão deixar de ser financiados directamente pelo Estado e as suas contas passarão a ser auditadas de forma periódica por entidades externas, segundo uma proposta de lei apresentada sexta-feira pelo Governo do primeiro-ministro Enrico Letta.
Se a proposta for avante, a decisão de financiar ou não os partidos ficará nas mãos dos contribuintes, a quem será dada a opção de destinarem 0,2% dos impostos às suas forças políticas de eleição. No caso de optarem por não financiar qualquer partido, essa percentagem reverterá para o Estado.
Segundo o primeiro-ministro italiano, o novo sistema dá seguimento a uma promessa sua de abolir as subvenções públicas aos partidos até final do ano e visa evitar “os escândalos dos últimos anos”, com sucessivos casos de corrupção que corroeram o sistema político em Itália e levaram a níveis históricos o descontentamento dos italianos face à sua classe dirigente.
Beppe Grillo, líder do partido alternativo Movimento 5 Estrelas, na oposição, já criticou a proposta do Governo, que classificou de “piada”. E escreveu no seu blogue que se Letta quiser ser levado a sério, então que devolva todos os fundos estatais que o seu partido — o Partido Democrático — recebeu ao longo dos anos. “Para não receber financiamento público basta não aceitá-lo, tal como fez o Movimento 5 Estrelas”, criticou.