Seguro pede um "novo rumo para Portugal com a marca da solidariedade"

Líder do PS tenta capitalizar adiamento da votação da reforma do IRC.

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Depois de ter estado de manhã no Parlamento, Seguro esteve à noite em Gondomar Daniel Rocha

Num jantar com centenas de militantes no Pavilhão Multiusos, em Gondomar, o secretário-geral do PS acusou o primeiro-ministro de não ter ouvido o PS quando, há dois anos, disse que “Portugal precisava de mais tempo [relativamente ao programa de ajustamento financeiro] e agora veio reconhecer, na entrevista [à TVI e à TSF] que precisávamos de mais tempo”.

“Há dois anos, o PS disse que estava disponível para um programa mais realista e o primeiro-ministro foi totalmente insensível às propostas do PS e agora, passados dois anos, diz que precisávamos de mais tempo, mas isso já não resolve nada - muita gente emigrou, muitas empresas foram à falência, muitos restaurantes fecharam”, afirmou, para enfatizar: “Quantos sacrifícios teriam sido poupados se o primeiro-ministro tivesse ouvido o Partido Socialista?”

Seguro estendeu as críticas à directora-geral do FMI, Christine Lagarde, que “também reconheceu que se enganou, mas isso não nos comove". "Eles dizem isso como quem bebe um copo de água e depois voltam a fazer o mesmo”, acrescentou

No dia em que o secretário-geral dos socialistas e o primeiro-ministro chegaram a acordo para reabrir as negociações relativamente à reforma do IRC em sede de comissão parlamentar, Seguro capitalizou o adiamento da votação da reforma para a próxima semana e sublinhou que o seu partido tomou essa decisão para “tentar que as pequenas e médias empresas pudessem ter uma redução da taxa de IRC, para que pudessem viver com mais dinheiro”.

Num discurso em que não esqueceu “a histórica vitória” do PS nas recentes eleições autárquicas em que os socialistas conquistaram 150 câmaras municipais, o secretário-geral do PS pediu aos militantes para ajudarem a construir um novo rumo para Portugal, ao mesmo tempo que afirmava que o “PS não promete nada que tenha a certeza que não possa cumprir quando voltar a governar o país”. Daqui partiu para um ataque aos “partidos do protesto”, afirmando: "Aqui não moram desses partidos do protesto, nem das ilusões fáceis, aqui mora gente que quer com todos os portugueses, com filiação partidária ou sem filiação partidária, construir este novo rumo para Portugal".

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