Das árvores do Buçaco danificadas pelo temporal vão nascer móveis de jardim

Linha de mobiliário urbano vai dar uma nova vida às árvores caídas e partidas pelo vento forte registado a 19 de Janeiro.

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Temporal danificou cerca de 2500 árvores Carla Carvalho Tomás/Arquivo

Os cedros, carvalhos, abetos, freixos e acácias da Mata Nacional do Buçaco, na Mealhada, que ficaram danificados de forma irreversível no temporal de 19 de Janeiro vão dar origem a uma linha de mobiliário urbano.

A linha "Buçaco" resulta de uma parceria entre a Fundação Mata do Buçaco (FMB), que gere a floresta, e uma empresa privada que comercializa equipamento urbano, a Larus. É uma edição limitada e condicionada à quantidade de madeira disponível, que inclui desde bancos de jardim a bebedouros públicos.

O temporal, que provocou estragos um pouco por todo o país, destruiu cerca de 2500 árvores na mata nacional, algumas centenárias, e provocou prejuízos de seis milhões de euros. A madeira está agora armazenada à espera de encomendas. Quando as houver, será vendida à Larus pelo preço de tabela da FMB. Segundo a fundação, “está a ser desenvolvido um protocolo com a Larus em que uma percentagem das vendas será revertida para a FMB”.

Em Março, o presidente da fundação admitiu que esta enfrentava sérias dificuldades, agravadas com a proibição de receber apoio de entidades públicas, nos termos do novo regime das fundações. A administração optou por estabelecer parcerias com entidades privadas – como a Portucel, que apoiou a reflorestação da mata após o temporal.

Com esta nova iniciativa, a FMB pretende, além de angariar receitas, “perpetuar a memória das árvores centenárias caídas, partidas e desenraizadas no temporal”. Os móveis terão “linhas simples, rústicas” e minimalistas, “assumindo a austeridade carmelita”, numa alusão à história da mata, doada em 1628 pelo então bispo de Coimbra, D. João Manuel, à Ordem dos Carmelitas Descalços.

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