Elas melhor na leitura, eles na matemática e com resultados semelhantes nas ciências

Diferenças de género nas provas do PISA 2012.

Foto
Os exames foram realizados na semana passada por mais de 200 mil alunos. PÚBLICO

As raparigas saem-se melhor na literacia em leitura. Os rapazes brilham na literacia em matemática. A igualdade dos resultados entre os géneros consegue-se na literacia em ciências, revelam as conclusões do relatório de 2012 do PISA (Programme for International Student Assessment), que avalia o desempenho dos alunos de 15 anos de 65 países e economias do mundo, da responsabilidade da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), publicado esta terça-feira.

Em média nos 34 países da OCDE em que os estudantes de 15 anos responderam às provas de matemática promovidas pela OCDE, os rapazes conseguem mais 11 pontos do que as raparigas, mas têm esta vantagem em apenas 37 dos 65 países e regiões económicas avaliadas. No que diz respeito à literacia em leitura, elas ficam melhor na fotografia com 38 pontos de diferença. Esta disparidade está associada ao modo como cada um dos géneros estuda – elas são mais aplicadas do que eles –, e ao comportamento.

As diferenças entre os dois sexos sentem-se menos nas ciências. Em mais de metade dos países avaliados, as diferenças não são estatisticamente relevantes nesta área, o que significa que a igualdade de géneros é uma realidade nesta área, ao contrário do que acontece na literacia na leitura ou na matemática. No entanto, verifica-se que as raparigas têm melhores resultados em áreas em que é preciso identificar temas científicos, enquanto os rapazes se saem melhor quando é preciso explicar os fenómenos.

Portugal na média da OCDE
Na literacia em matemática, os rapazes que se destacam mais são os colombianos, luxemburgueses e chilenos com uma diferença de 25 pontos das raparigas. Em apenas cinco países as raparigas saem-se melhor do que os rapazes: na Jordânia (21 pontos de diferença), Qatar, Tailândia, Malásia e na Islândia (entre os cinco, este último é o único membro da OCDE). Nestes países, os rapazes ocupam em peso as classificações de nível 1 (numa escala de 1 a 6, sendo que 1 é a pior e 6 é onde os estudantes obtêm os melhores resultados).

Portugal está muito próximo da média da OCDE. Os portugueses conquistam 492 pontos e elas ficam-se pelos 481. A média geral é de 499 e 488 para rapazes e raparigas, respectivamente.

É na literacia em leitura que as raparigas revelam ter melhores resultados. As portuguesas conquistam 507 pontos e eles ficam-se pelos 468. A média da OCDE é de 477 para eles e 515 para elas. Portanto, as raparigas portuguesas ficam na média (39,2 pontos) da OCDE.

Mas há países onde a disparidade é muito grande como na Finlândia onde os rapazes se ficam pelos 494 pontos e as raparigas chegam aos 555 (61,7 pontos de diferença) – esta é, aliás, a maior disparidade entre os países da OCDE. À excepção da Dinamarca, nos restantes países do Norte da Europa, raparigas e rapazes estão separados por muitas dezenas de pontos.

Noutros 11 países ou economias, rapazes e raparigas estão mais a par, é o caso da Coreia do Sul (23 pontos as separam deles) e de Xangai, na China (24 pontos). É na Albânia que a diferença é menor, de apenas 15 pontos.

É na literacia em ciência que rapazes e raparigas têm comportamentos semelhantes quando respondem às provas do PISA.  Em alguns países são eles que ficam melhor, como é o caso do Reino Unido, Luxemburgo, Japão ou Dinamarca. Já na Jordânia, Emirados Árabes Unidos ou no Qatar são elas que se destacam. A média da OCDE é de 501 pontos para eles e 500 para elas, em Portugal elas obtêm melhores resultados apenas em dois pontos – os rapazes conseguem 488 pontos e as raparigas sobem aos 490.

Sugerir correcção
Comentar