PCP propõe comissão de inquérito a situação nos estaleiros de Viana

Secretário-Geral do partido quer apurar responsabilidades.

Foto
Jerónimo de Sousa diz que o Governo está a criar uma geração sem direitos e mais empobrecida Enric Vives-Rubio

A bancada do PCP vai propor a criação de uma comissão de inquérito para apurar responsabilidades políticas e administrativas sobre a situação dos Estaleiros de Viana do Castelo, anunciou este domingo o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa.

"Iremos também avançar com uma proposta de criação de uma comissão parlamentar de inquérito com o objectivo de apurar responsabilidades políticas e administrativas pela situação dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, sem prejuízo de outras iniciativas a tomar no curto prazo visando impedir a consumação da decisão política de liquidação da empresa tomada pelo Governo PSD/CDS-PP", afirmou. Jerónimo de Sousa falava numa sessão pública inserida nas comemorações do centenário do nascimento do antigo secretário-geral do PCP Álvaro Cunhal, num hotel de Lisboa.

Em causa está o despedimento de mais de 600 trabalhadores dos Estaleiros e a subconcessão à empresa Martinfer.
Jerónimo de Sousa sustentou que, “tanto governos do PS como do PSD/CDS-PP, pelas mãos de sucessivas administrações de confiança política, têm sido responsáveis pela destruição dos estaleiros”, até ao ponto em que o actual executivo decidiu promover "a liquidação da empresa com o despedimento de todos os trabalhadores para concessionar a empresa privada que não dá o mínimo de garantia quanto à viabilização da empresa e quanto dos seus trabalhadores à manutenção dos postos de trabalho".

Segundo o secretário-geral do PCP, este é “um caso escandaloso de verdadeira sabotagem económica, um autêntico crime económico” contra o interesse nacional.

O PS, pela voz do secretário-nacional Eurico Brilhante Dias, também criticou fortemente a decisão do Governo de despedir os mais de 600 trabalhadores. “Dois anos depois o Governo apresenta uma solução sem garantia de emprego quando há dois anos e meio os Estaleiros tinham uma encomenda de um navio para a Venezuela e não foi satisfeita por que não havia matéria-prima e equipamento necessário”, afirmou.

O socialista critica a decisão de usar uma verba de 30 milhões de euros para “pagar o despedimento colectivo quando o Estado vai receber quatro vezes menos até 2020”.  No entanto, o PS não avançou com qualquer proposta de comissão de inquérito.

Eurico Brilhante Dias diz apenas que o partido vai continuar a acompanhar a situação no Parlamento.
Já ontem a coordenadora do BE, Catarina Martins, criticava o que considerava ser uma “negociata” nos Estaleiros de Viana do Castelo e nos CTT. A dirigente bloquista contestou a decisão de despedir todos os trabalhadores dos Estaleiros e de atribuir a subconcessão à Martinfer, pela qual vai receber pouco mais de sete milhões de euros. 
 
 
 

Sugerir correcção
Comentar