Descoberta quinta estirpe da dengue

Novidade pode dificultar a produção de uma vacina.

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Colecção de mosquitos Aedes aegyptie, uma das espécies transmissoras do vírus da dengue Daniel Rocha (arquivo)

Uma nova estirpe do vírus da dengue foi descoberta recentemente. Até agora, estavam descritas quatro estirpes do vírus transmitido por mosquitos do género Aedes. Há 50 anos que não se descobria uma estirpe nova.

Cada estirpe de vírus apresenta, à superfície, um perfil de moléculas distinto – têm por isso serotipos diferentes, tal como as pessoas podem ter diferentes tipos de grupos sanguíneos. Por isso, o sistema imunitário humano produz anticorpos distintos consoante a estirpe de dengue com que contacta.

Quando se é infectado pela primeira vez por uma estirpe da dengue, o sistema imunitário desenvolve anticorpos contra essa estirpe. Mas, se a mesma pessoa for infectada por uma segunda estirpe deste vírus, não está protegida e pode até ter uma infecção mais violenta, desenvolvendo dengue severa.

A nova estirpe apareceu num surto na Malásia em 2007. Na altura, foi classificada como sendo a quarta estirpe da dengue. Mais tarde, depois de se analisar o seu genoma e que anticorpos é que eram produzidos pelo sistema imunitário de macacos e humanos quando estavam em contacto com este vírus, verificou-se que se estava perante uma nova estirpe.

Esta descoberta torna mais difícil o desenvolvimento de uma vacina contra esta doença. “Até aparecer este novo serotipo, a vacina que estava a ser ensaiada estava relativamente bem”, explica Jorge Atouguia, investigador português do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, citado pela Lusa. O quinto serotipo “vem alterar tudo o que foi feito até agora em relação à vacina”.
 
 

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