Cartas à directora

 Exortação à violência

Pois é, Mário Soares está muito bem acompanhado pelo Papa Francisco. O sr. Portas, o irrevogável, estará já neste momento a preparar uma declaração que será atempadamente entregue no patriarcado de Lisboa, porventura pelas mãos do extraordinário sr. Machete, agora convenientemente silencioso, expressando a sua mais profunda e católica indignação perante apelos tão pungentes à violência. Com efeito, o teor da exortação apostólica Evangelii Gaudium, do Papa Francisco, é muito crítico aos actuais tempos, que correm desregrados. Por exemplo, está lá escrito que a desigualdade e a exclusão social "geram violência" no mundo e podem provocar "uma explosão". Como sabiamente diz o sr. Arnaut de Mário Soares, é preciso dar-lhe um desconto. Andamos nisto

J. Ricardo, Torre de Moncorvo
 

Do lado errado

Pacheco Pereira justificou a sua presença na Aula Magna com o facto de Mário Soares, apesar dos seus excessos de linguagem, estar do lado certo e o Governo estar do lado errado. Que o país está dividido ao meio qualquer analfabeto percebe. Agora o que Pacheco Pereira tinha a obrigação de perceber é que Governo e oposição, designadamente a que se fez representar na Aula Magna, apesar de estarem efectivamente em campos opostos, estão ambos do lado errado. E é esse precisamente o nosso drama.

Santana-Maia Leonardo, Ponte de Sor

 
E a violência governamental?

Pululam em tudo quanto é comunicação social, comentadores do óbvio, definindo como “violentas” as palavras de Mário Soares e de Vasco Lourenço. Sonegam deliberadamente que, obviamente, violência gera violência. O povo tem sido tratado como enteado ou bastardo. Mas... não ouvi nem li nesses comentários uma módica referência sobre a violência (esta sim!) extrema que o desgoverno exerce também pelo assalto aos salários, reformas e pensões, pelas gravíssimas iniquidades, pelo darwinismo social instalado e pelo medo imposto diariamente aos milhões de portugueses. Escreveu Al Fredo, poeta desconhecido: “Quando a ditadura é um facto, a Revolução torna-se um imperativo!”, frase que já vem quase a propósito...

Vítor Colaço Santos, S. João das Lampas

 

 

 


 
 
 
 
 

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