Estes jovens fizeram dos brinquedos vintage um negócio

Inês é advogada. Sofia e Rui são designers. Juntos lançaram o “Carrossel”, uma marca de brinquedos de madeira que alia a tradição à contemporaneidade

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Sofia Simões queria oferecer um cavalo de baloiço ao sobrinho, em Outubro do ano passado, mas não encontrava nenhum de que gostasse. Comprou um, pintou-o, deu-lhe um toque mais moderno e ofereceu-o ao filho de Inês Simões, a irmã. Inês,  postou imagens do brinquedo no seu blogue e os leitores começaram a perguntar-lhe onde o podiam comprar. As duas irmãs, em conjunto com Rui Pereira (marido de Sofia), decidiram "testar" a viabilidade do projecto no Natal. O resultado não poderia ter sido melhor: venderam todos os cavalos de baloiço que tinham restaurado. Assim nasceu a a marca Carrossel, registada em Março de 2013.

Cavalos de baloiço, piões de cordel, ou casas e berços para bonecos. Estes são os brinquedos que têm aguçado o interesse dos mais pequenos e despertado o revivalismo dos graúdos, à semelhança do que acontece com os criadores da marca. “Estes brinquedos fazem parte do nosso imaginário infantil”, refere Inês, sem deixar passar a sua aversão à “obsolescência programada” dos brinquedos actuais. “O nosso maior contentamento é que os brinquedos do Carrossel durem muitos anos”.

  

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Todos os brinquedos são produzidos em Portugal e isso enche de orgulho a marca. Embora não fabriquem os cavalos de baloiço e os piões de cordel — estão adquiridos a fornecedores portugueses —, são os três sócios desta empresa familiar que tratam da pintura e dos acabamentos dos brinquedos. Quanto aos berços e às casas de bonecas, são os próprios que os constroem. “O pai do Rui era carpinteiro, por isso, já tinha alguns conhecimentos que lhe foram passados”, afirma Inês Simões.

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Os brinquedos da marca procuram aliar o tradicional ao o contemporâneo. As irmãs que dinamizam a marca Carrossel explicam que a estratégia consiste em apostar ao mesmo tempo em dois mundos:  “um salgado, outro doce”. O “universo salgado” aposta em “cores mais contemporâneas e arrojadas”, ao passo que o “universo doce” prefere cores e acabamentos “suaves e delicados”.

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Próxima paragem: Açores e Madeira 

Por agora, a marca ainda só vende para Portugal Continental, mas já espera a internacionalização. “Vender para fora implica muita logística, principalmente no transporte e na embalagem”, refere Inês Simões, que adianta que o objectivo passa por “primeiro chegar às ilhas” e só depois a mercados internacionais.

A advogada e os dois designers ainda não conseguem dedicar 100% do seu tempo à marca, já que mantêm as suas profissões em paralelo, mas esperam poder trabalhar exclusivamente neste projecto. “Gostávamos de trabalhar nisto a tempo inteiro”, afirma Inês Simões, sem esconder a satisfação pelo rumo que o projecto tomou. “Está a correr melhor do que esperávamos. O 'feedback' dos clientes tem sido muito bom”.

A marca pretende ainda lançar um novo brinquedo já nos primeiros meses do ano, para além de estarem a ser preparadas “novas interpretações” para os brinquedos existentes na lojaOs brinquedos estão à venda na loja online da marca e também estão em exposição num “showroom”, em Aveiro. Para comprar é necessário estar registado no site do “Carrossel” ou entrar em contacto com a empresa. As encomendas podem ser levantadas no “showroom” de Aveiro, ou através dos correios (sujeito a portes de envio). O cavalo de baloiço custa 75 euros; o berço, 65 euros; a casa de madeira, 85 euros; e o pião de cordel está disponível a 10 euros.

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