Heróis do Mar no Super Bock Super Rock? Banda recusa proposta, promotor aguarda

Pedro Ayres Magalhães afirma que, de momento, as negociações estão canceladas. Luís Montez não tem pressa: "[Se os Heróis do Mar] se entenderem, sabem que têm aqui um promotor disponível."

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Os Heróis do Mar tiveram regresso marcado para 30 de Novembro, na Meo Arena, mas o concerto acabou por ser cancelado DR

A notícia foi avançada domingo à noite: os Heróis do Mar, histórica banda portuguesa que marcou a pop dos anos 1980, iriam regressar aos palcos para um concerto no festival Super Bock Super Rock, marcado para os dias 17, 18 e 19 de Julho de 2014. Segundo a revista Blitz, o anúncio seria feito ainda esta semana. Durante a tarde do mesmo dia, tanto a promotora do festival, a Música no Coração, pela voz do seu director-geral, Luís Montez, como a Uguru, responsável pelo agenciamento dos Heróis do Mar, através do director-geral António Cunha, referiram ao DN a existência de uma proposta e contactos exploratórios.

Ao PÚBLICO Pedro Ayres Magalhães, baixista e compositor da banda, confirmou entretanto a apresentação de uma proposta por parte da promotora, mas afirmou que esta foi recusada por si e por outros elementos da banda. “Nem chegámos a reunir. Era uma proposta a que tínhamos que dar resposta muito rapidamente. Eu não aceitei e sei que outros [músicos dos Heróis do Mar] também não.”

A recusa nesta primeira abordagem funda-se, explica, na complexidade que envolve todo o processo de levar a palco os Heróis do Mar. “Estamos cada um para seu lado e não podemos decidir de ânimo leve levar novamente a palco uma banda que não toca há 20 anos. Teria que ser muito bem pensado. Teríamos que nos encontrar, fazer ensaios, preparar tudo.” Na sequência da divulgação pública da proposta, as negociações entre a representante da banda, a Uguru, e a promotora do Super Bock Super Rock, a Música no Coração, foram, de momento, canceladas, revela ainda Pedro Ayres Magalhães.

Em declarações posteriores ao PÚBLICO, Luís Montez confirma o interesse em contar com a banda de Paixão no festival realizado na Herdade do Cabeço da Flauta, no Meco. “Manifestei essa vontade e agora cabe à banda entender-se quanto a essa possibilidade. Não tenho pressa. Quando o fizerem, sabem que têm aqui um promotor disponível.”

António Cunha, da Uguru, aponta que a possibilidade do concerto não passou da fase inicial, ou seja, "houve uma proposta digna da parte do festival, mas que teria que ser aprovada por todos os músicos", algo que, dado o facto de os Heróis do Mar não serem uma banda no activo, "envolve uma série de condicionantes que têm que ser garantidas", como referido por Pedro Ayres Magalhães. António Cunha diz, de resto, que não é incomum a Uguru receber convites para o regresso ao activo dos Heróis do Mar. "Cabe-me depois tentar reunir as condições para que aconteça."

Lamenta, porém, o que classifica como "mediatização excessiva" das questões relacionadas com a possível reunião da banda. "O grupo fica melindrado, porque passa a ideia de que põe muitos constrangimentos a que isso aconteça. Mas não é uma questão de serem prima-donas, é realmente necessário cumprir muitas condições." Algo que, refere, fora conseguido nas negociações para o concerto anunciado este ano para 30 de Novembro na Meo Arena, que acabaria, no entanto, por ser cancelado com a bilheteira já em funcionamento devido, como alegado na altura pela Uguru e também agora por Pedro Ayres Magalhães, a incumprimento contratual por parte da promotora do mesmo, a Take Off. 
 
 
 
 
 
 

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