O "socialismo como real alternativa" sai reforçado do 15º encontro internacional comunista

A crise do sistema capitalista dominou o encontro e foi apontada como o momento ideal para reforçar a luta das populações.

Do 15º encontro internacional dos Partidos Comunistas e Operários, que se realizou em Lisboa no fim de semana, saíu reforçada a ideia de que "é no actual panorama económico e social que a resistência e a luta da classe operária e das populações pode ser e sair reforçada com vista à persecução do ideal socialista".

No encontro, que trouxe a Lisboa 77 partidos oriundos de 61 países a coincidir com o encerramento das comemorações do centenário do nascimento do histórico do PCP, Álvaro Cunhal, analisou-se o aprofundamento da crise do sistema capitalista, o papel da classe operária e das tarefas comunistas na luta pelos direitos dos trabalhadores, a luta pelo ideal Socialista e a rearrumação de forças a nível internacional. 
 
A crise económica e financeira mundial que deflagrou nos EUA em 2008 com a falência do banco Lehman Brothers representa para os comunistas o declínio de um sistema falido que tem como grande objectivo impor aos trabalhadores e às populações “uma regressão social de dimensão civilizacional”. Daí que tenha saído reforçada do 15º Encontro Internacional a ideia de continuar a desvalorizar os discursos de uma “alegada retoma”.
 
A crise, apelidada pelos Partidos Comunistas e Operários de crise de “sobre-produção e sobre-acumulação”, foi também analisada no que respeita aos países em vias de desenvolvimento que, concluíram os comunistas, estão condenados pela “ofensiva capitalista” à fome ou à subnutrição.

Porém, os comunistas não focaram apenas a faceta económica e financeira da crise mundial, antes a entendem como uma crise do sistema capitalista, à qual atribuem os retrocessos nas democracias no que respeita ao aumento e reforço de medidas autoritárias e repressivas.

Neste parâmetro não deixaram de focar “os perigos que emergem da política militarista das principais potencias imperialistas e da Nato”, atribuindo todas as ameaças e conflitos, sejam eles externos, internos, terrenos ou virtuais, a “uma evidência dos limites históricos do capitalismo”.

Deste encontro, que se realizou pela segunda vez em Portugal, saíram 13 linhas de orientação “para a acção comum ou convergente” dos comunistas, das quais se destacam a organização de um seminário internacional sobre o impacto da crise dos países em vias de desenvolvimento, a possibilidade de se organizar no 1º de Maio um dia de acção contra o desemprego e as suas verdadeiras raízes com enfoque no desemprego jovem, a organização de uma reunião para debater “a ofensiva ideológica e o papel dos meios de comunicação social” e a denuncia da “intervenção imperialista na Síria e no Irão”.
 
Os Partidos Comunistas e Operários vincaram a sua incondicional solidariedade para com “as lutas em curso contra o imperialismo, pelo progresso social, a independência e a soberania nacional, a paz, pelo direito ao desenvolvimento económico e social”, com militantes dos partidos comunistas que são perseguidos e erradicados sob o olhar atento da União Europeia e de outras instituições, com todos os países que lutam pela sua soberania, como é o caso do Egipto, da Tunísia, da Síria e Palestina e para com os países da América Latina, “essenciais ao estímulo e desenvolvimento da luta anti-imperialista”.
 
De acordo como comunicado de imprensa divulgado pelo PCP, o 15º Encontro Internacional dos Partidos Operários e Comunistas serviu para retirar lições “dos atrasos, erros e deformações que contrariaram princípios básicos do socialismo”, lições valorizadas no sentido de construir a sociedade sem classes de Marx. Saiu também reforçada a ideia de que o caminho do Socialismo só pode ser traçado com a cooperação de todos os Partidos Comunistas e Operários, “uma das mais sólidas garantias para o fortalecimento da luta dos povos e a construção da alternativa do socialismo".
 
 
 

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