Coligação governamental na Grécia sobrevive a moção de censura

Oposição de esquerda tentou derrubar o Governo no Parlamento num protesto contra as políticas impostas pelo programa de assistência financeira. Uma delegação da troika está em Atenas para avaliar resultados e decidir novo pacote de quase seis mil milhões.

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Enquanto no Parlamento os deputados debatiam a moção de censura ao Governo, apoiantes do Syriza manifestavam-se no exterior Yorgos Karahalis/Reuters

A coligação governamental do primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, sobreviveu a uma moção de censura na noite de domingo apresentada pelo partido de esquerda na oposição Syriza. O debate realizou-se quando está no país uma delegação de representantes da troika. O Syriza opõe-se firmemente às políticas de austeridade aplicadas no âmbito do programa de assistência financeira da União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Milhares de pessoas procuram comida no lixo”, disse o líder do Syriza, enquanto às portas do Parlamento entre 2000 e 3000 apoiantes deste partido protestavam contra as condições do programa de ajuda, exigindo o seu fim, descreve a Reuters.

A moção de censura foi rejeitada, como era esperado. Num parlamento de 300 deputados, 153 votaram contra. Votaram a favor 124 parlamentares, entre os quais um deputado socialista que integra a coligação e que foi imediatamente expulso por votar ao lado da oposição.

“Vocês escolhem o momento errado para esta encenação no Parlamento, numa altura em que o Governo se encontra em negociações cruciais com a troika”, respondeu o primeiro-ministro ao líder do Syriza.

Os representantes da troika estão neste momento em Atenas a verificar o cumprimento das metas do programa de ajuda para decidirem se libertam mais 5,9 mil milhões de euros de empréstimos. A Grécia já recebeu 240 mil milhões de euros, lembra a Reuters, e espera-se que precise ainda de 11 mil milhões de euros de empréstimos.

A moção de censura foi agendada pelo Syriza depois de, na quinta-feira, a polícia ter irrompido nas instalações da televisão pública ERT para forçar a saída dos jornalistas que as ocupavam em protesto contra os despedimentos impostos há uns meses no âmbito de um plano de despedimentos de quatro mil funcionários públicos, imposto pela troika.  

 

 

 

 

 

 

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