Indústria critica proposta de Bruxelas contra sacos de plástico

Associação europeia do sector diz que medida é um "ataque" ao mercado interno.

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Parlamento quer corte radical no uso de sacos de plástico Paulo Ricca

A indústria europeia do plástico classificou como um “ataque ao mercado interno” a proposta da Comissão Europeia para reduzir o uso de sacos de compras não-reutilizáveis, anunciada esta semana.

Bruxelas está preocupada com o impacto dos sacos de plástico sobre o ambiente e quer que os Estados-membros façam mais para minorar o problema. Mas a ideia foi mal recebida pela associação europeia que representa os transformadores de plásticos, a EuPC (European Plastics Converters).

“A EuPC está desapontada com o ataque desta proposta ao mercado interno de sacos de plástico”, diz a associação, num comunicado. Para a organização, a proposta da Comissão “viola os princípios básicos do mercado interno” e deixa no ar a dúvida sobre qual será a próxima vítima “devido a razões ambientais e à deficiente gestão dos resíduos”.

O que os industriais temem é que a proposta da Comissão Europeia abra espaço a que o uso de sacos plásticos seja simplesmente banido nalguns países. Este passo já foi dado em Itália, mas a medida está a ser contestada por outros Estado-membros, por violação das normas do mercado interno europeu. A EuPC diz que a proposta de Bruxelas “tem o objectivo de legalizar a situação actual na Itália”.

A Comissão sugere uma alteração da actual directiva europeia sobre gestão dos resíduos de embalagem, exigindo dos Estados-membros medidas para reduzir o uso de sacos de plástico. Não há metas, ficando a cargo de cada país decidir o que fazer.

A indústria do plástico defende, no entanto, que o problema não está nos sacos, mas na atitude das pessoas. “A proposta parece ser uma resposta enviesada ao problema maior da gestão de resíduos na Europa”, afirma Alexandre Dangis, director executivo da EuPC, no comunicado da organização.
 

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