Banda Desenhada, a excepção à regra

?No AmadoraBD podemos encontrar um amplo espaço dedicado à 9ª Arte que faz as delícias de leitores, coleccionadores e fãs. Para se divertirem como nós, aproveitem a semana que resta, pois o evento termina a 10 de Novembro

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Pedro Soenen

Após anos de peregrinação aos quadradinhos, o nosso destino volta a repetir-se e saímos da cidade no sentido da Amadora. Mudámos de ares, mas a BD vale a excepção. 


?No AmadoraBD — Festival Internacional de Banda Desenhada podemos encontrar um amplo espaço dedicado à 9ª Arte que faz as delícias de leitores, coleccionadores e fãs. Uma excelente oportunidade para se conhecer novos talentos nacionais, publicações recentes ou clássicas e ainda personagens deste e de infinitos outros mundos!


?Passear com a Guadalupe exige uma atenção redobrada no agendamento dos passeios e, por isso, evitámos as enchentes dos fins-de-semana. Ao chegar ao Fórum Luís de Camões, a primeira impressão foi, curiosamente, olfactiva: o odor a bifanas besuntadas em mostarda impregnava o ar. O ecléctico festival convive com uma realidade paralela e muito castiça de cafés, tascas e respectivos ‘habitués’, com copos de três, imperiais e bifanas — e que ajudam a abrir o apetite!


?O preço da entrada é acessível e o evento dá resposta a todas as dimensões da BD, com mostras para o público infantil, festa da caricatura, desfile de “cosplay”, apresentações, sessões de autógrafos e lançamentos, além da atribuição dos prémios nacionais de BD. Este ano há um destaque especial ao português Ricardo Cabral, autor da imagem do Festival, e aproveitamos para cantar os parabéns ao Super-Homem e ao Spirou, que completam ambos 75 anos.


?As exposições estão divididas em dois pisos, mas o acesso de elevador tornou possível o passeio em carrinho de bebé por entre as pranchas originais. Comparativamente com o ano anterior, em que a Guadalupe se estreou por estes lados no "sling", com apenas três meses, o primeiro piso está um pouco mais pobre a nível de disposição geral, cenografia e da própria sinalética. Senti que lhes faltava vida e vigor nas exposições. Já o piso de baixo está muito melhor. A disposição das exposições e das lojas está mais coerente e bem aproveitada, e o cheiro a pipocas e algodão doce transporta-nos para a nossa infância enquanto folheamos as páginas dos livros infantis nos "stands". Para os traquinas, há a exposição sobre a autora Madalena Matoso e outra sobre a editora Planeta Tangerina. O festival gosta tanto dos mais pequenos que tem uma secção júnior com oficinas, atelieres, leituras e explorações de livros, e ainda horas do conto.


?A Lupe mostrou sempre interesse por aquilo que ia vendo, mas quando chagámos à exposição dos Mutts, vibrou de entusiasmo e alegria! Uma dupla muito querida, um cão e um gato que farão as delícias da pequenada, sobretudo numa exposição tão “cosy”, cheia de pequenos detalhes amorosos. Para os mais crescidos, destaco a exposição d’ “As aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy”, com argumento de Filipe Melo. Aqui há um “placard” em que podemos pôr a nossa cara na imagem, e a Lupe riu-se à gargalhada ao ver-me num corpo de uma menina — que, afinal, era um demónio expulso do inferno. Para se divertirem como nós, aproveitem a semana que resta, pois o evento termina a 10 de Novembro!

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