Táxis, em vez de autocarros, substituem comboios em parte da Linha do Vouga

CP optou por táxis para assegurar o serviço rodoviário alternativo no troço de 25 quilómetros entre Oliveira de Azeméis e Sernada do Vouga.

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No troço onde a CP suspende agora o serviço comercial a velocidade estava limitada a 10Km/hora Adriano Miranda/Arquivo

Afinal um, no máximo dois, táxis bastam para substituir o comboio entre Oliveira de Azeméis e Sernada na Linha do Vouga. Em vez de autocarros, a CP optou por táxis para assegurar o serviço rodoviário alternativo naquele troço de 25 quilómetros de via férrea, que encerra nesta sexta-feira ao serviço comercial, devido ao mau estado da infra-estrutura.

Nesta linha a velocidade máxima permitida era de 30 Km/hora, mas desde há oito dias que a Refer a reduziu para 10 Km/hora por motivos de segurança.

Imprópria para serviço comercial de passageiros, a linha continuará tecnicamente aberta, para que nela circulem as automotoras que vão às oficinas de manutenção a Sernada do Vouga. Os passageiros, contudo, irão de táxi. Nem a CP nem a Refer responderam ao PÚBLICO sobre qual das empresas suportará os custos do serviço rodoviário alternativo.

As limitações na via férrea levaram também a CP a anunciar “ajustamentos à oferta de comboios e algumas supressões parciais” entre Águeda e Sernada de Vouga. Nesta quinta-feira não eram ainda conhecidas essas alterações que, segundo o PÚBLICO apurou, terão ficado disponíveis no site da CP durante a noite. Até esta quinta-feira, circulavam entre aquelas duas estações sete comboios diários em cada sentido.

De Águeda a Aveiro e de Oliveira de Azeméis a Espinho o serviço mantém-se sem alterações. No primeiro caso há 11 comboios diários em cada sentido e no segundo oito.

Segundo a CP, entre Águeda e Sernada do Vouga viajaram no ano passado 278 mil passageiros (195 mil até Setembro deste ano) e de Espinho a Sernada do Vouga 182 mil (147 mil até Setembro). Mas neste último caso a maioria terá viajado apenas entre Espinho e Oliveira de Azeméis. A empresa não dispõe de dados para o troço que agora será servido por táxis, mas o PÚBLICO estima um movimento anual de 3000 passageiros.

Os dois troços em conjunto registaram em 2012 um número superior a 460 mil passageiros, o que demonstra um potencial de mercado para a sua reconversão num metro de superfície. Em alternativa, e de acordo com um estudo encomendado pelos municípios da zona, a linha de Oliveira a Azeméis a Espinho poderia ser reconvertida em via larga, colocando-se na orla urbana do Porto. Esta possibilidade teve em conta o grande incremento da procura numa situação idêntica que foi a reconversão da linha de Guimarães em via larga.
 
 

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