Chocolate quente pode tornar cérebro mais saudável

Boas notícias em tempos de chuva: cientistas americanos perceberam que duas chávenas de chocolate quente por dia pode ajudar a manter o cérebro activo e saudável

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Lindsay Tyler/Flickr

Agora que começou a chuva e o tempo mais frio, nada melhor do que um chocolate quente para forrar o estômago e aquecer o coração. Mas recentemente, cientistas americanos perceberam que essa pode também ser a melhor receita para manter o cérebro activo e saudável. Duas chávenas são suficientes para "prevenir o declínio da memória em pessoas mais idosas e preservar o fluxo de sangue nas áreas funcionais do cérebro".

Para a investigação, levada a cabo por uma equipa da Harvard Medical School, liderada por Farzaneh A. Sorond, recrutaram 60 idosos, com uma média de 73 anos e sem qualquer tipo de demência. Durante trinta dias, os participantes beberam duas chávenas de chocolate quente por dia — e este foi o único produto com chocolate que consumiram durante esse período.

Os exames de raciocínio e os testes feitos à memória dos voluntários, antes e depois da experiência, revelaram que, ao fim dos 30 dias, o desempenho cerebral de quem anteriormente tinha problemas de fluxo sanguíneo era significativamente melhor. Se, por exemplo, ao início, a média para completar o teste era de 167 segundos, no final já era de 116.

Fluxo sanguíneo melhora

Farzaneh, que é também membro da AAN, explica ainda que "assim como as diferentes áreas do cérebro precisam de energia para completar as suas tarefas, também precisam de um maior fluxo de sangue. Esta relação, chamada de "acoplamento neurovascular", pode desempenhar um papel importante na prevenção de doenças como a de Alzheimer". Por isso, através de um mecanismo ultrassom, foi ainda medida a evolução deste "acoplamento neurovascular": nos 16 participantes com o fluxo sanguíneo restringido, registou-se uma melhoria de cerca de 8,3%.

"Há uma forte correlação entre o acoplamento neurovascular e as funções cognitivas", explica a investigadora. "Ambos podem ser melhorados através do consumo regular de cacau", conclui. Nos participantes que já tinham um fluxo sanguíneo regular, não se registou qualquer diferença.

Paul B. Rosenberg, da Johns Hopkins University School of Medicine (SOM), em Baltimore, escreveu o editorial que acompanha o estudo: É necessário mais trabalho para provar uma ligação entre o cacau, problemas de fluxo de sangue e declínio cognitivo. Mas este é um primeiro passo muito importante, que pode orientar estudos futuros", afirmou.

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