A Ponte D. Maria Pia mudou de sítio

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A Ponte D. Maria Pia, no Porto, morreu; mas os arquitectos Pedro Bandeira e Pedro Nuno Ramalho querem que morra de pé, "como as árvores". Relocalizaram-na, então. As fotomontagens mostram uma ponte que nada liga no meio da cidade, tal como actualmente não liga as duas margens, já que se encontra inactiva há mais de 20 anos. Uma "situação paradoxal" que os levou a apresentar ao Concurso Internacional de Ideias para o Quarteirão Aurifícia, promovido pela OASRN e vencido por Humberto Silva, uma proposta "icónica" e "irónica", mas "plausível". Tecnicamente, seria possível desmontar a ponte e montá-la noutro sítio, explica Pedro Bandeira. "Se há 140 anos foi construída em dois anos, com 140 homens, hoje [para montar e desmontar] bastariam seis meses e 50 pessoas (...) com, talvez, um décimo do orçamento da Casa da Música." Este projecto seria aliás "dignificante" para o próprio monumento, que assim poderia ser "apreciado enquanto objecto artístico". E cita Oscar Wilde em "Retrato de Dorian Gray": "Toda a arte é completamente inútil." No fim de contas, é um sinal de alarme. "O que nós queremos é chamar a atenção, é dizer que se não tomarmos medidas drásticas não vamos parar a espiral de decadência do centro histórico do Porto." Bastou esta proposta para dar a ponte dar a volta ao mundo. "Imaginem se fosse realmente construída." Amanda Ribeiro