Tensão no Estabelecimento Prisional da Carregueira

Durante a tarde, dois reclusos tentaram agredir os guardas. E outros incendiaram colchões nas celas.

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O incidente durou mais de uma hora, mas já foi controlado Miguel Silva

Vários colchões foram incendiados nas celas e as chamas eram visíveis do exterior do edifício. Foi este o cenário que se viveu nesta terça-feira no Estabelecimento Prisional da Carregueira (Sintra), no 4.º esquerdo da Ala B, onde se concentram alguns reclusos condenados por crimes violentos.

Alguns guardas terão mesmo precisado de receber tratamento, por inalação de fumo, segundo uma fonte do corpo dos guardas prisionais.

Tudo terá começado depois das visitas aos reclusos. Na revista, os guardas detectaram em dois deles um produto suspeito — alegadamente, um estupefaciente que tentavam esconder na boca. Segundo a mesma fonte, os reclusos tentaram agredir os guardas, mas foram controlados e isolados em celas.

Na zona a que pertencem, contudo, os ânimos aqueceram. Vários reclusos terão incendiado dentro das celas, como forma de protesto, vários colchões, numa tentativa de forçar os guardas a abrir os portões. A situação durou mais de uma hora mas já foi, entretanto, controlada.

Júlio Rebelo, presidente da direcção do Sindicato Independente dos Guardas Prisionais, diz que não pode prestar informações sobre o caso em concreto, porque se trata de “informação confidencial”. Mas vai explicando que “este tipo de problemas se tem vindo a acentuar desde que houve, recentemente, uma alteração na escala diária que implicou uma redução do número de elementos do corpo de guardas que está presente” no estabelecimento.

Esta redução, diz, é sentida não só pelos guardas e pelas dificuldades acrescidas que têm, mas também pelos reclusos, nota o dirigente sindical.

Há cerca de um mês, cerca de uma centena de guardas prisionais passaram a noite acampados à porta da prisão da Carregueira em protesto contra a mudança do horário de trabalho.

 
 

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