Almeida Henriques toma posse nesta terça-feira como presidente da Câmara de Viseu

Ex-secretário de Estado da Economia e do Desenvolvimento Regional saiu do Governo para conquistar a presidência da câmara com maioria absoluta. Ainda antes da tomada de posse, maioria e oposição já se confrontam por causa do dia das reuniões do executivo.

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Autarca obteve 51,19% dos votos nas eleições de 29 de Setembro Rui Gaudêncio

Almeida Henriques, que toma posse nesta terça-feira como presidente da Câmara de Viseu, promete que a promoção da actividade económica e o desenvolvimento de políticas sociais serão as prioridades do seu executivo. O social-democrata venceu as autárquicas de 29 de Setembro com maioria absoluta e terá PS e o CDS-PP como os seus “inspectores”.

Para Almeida Henriques, começa agora um novo percurso na sua vida. “Vou colocar ao serviço da minha terra 30 anos de experiência. Desde que comecei a vender livros porta a porta para ganhar dinheiro. Desde que fui professor, empresário, até à minha experiência ao nível associativo e também enquanto deputado e governante. É este percurso que me vai ajudar neste novo desafio", diz.

Neste primeiro ano de mandato Almeida Henriques tem dois objectivos principais. O primeiro passa pela criação do Gabinete de Apoio a Pessoas Endividadas e em Risco de Pobreza, problema que está a afectar cada vez mais  população, nomeadamente “famílias da classe média que estão a passar por grandes dificuldades”. “Tem de ser feito o mais rapidamente possível. As condições estão a degradar-se mais com a situação financeira difícil que o país está a atravessar”, comenta.

O segundo desafio passa pela criação do gabinete do investidor. “O Viseu Invest terá como missões fazer a interligação de empresários a associações congéneres e criar um conselho da diáspora”. Para o novo autarca, é preciso criar atractivos para os empresários e estimular os que já estão fixados em Viseu. “Assim, conseguiremos criar também mais postos de trabalho”, justifica.  No final, acrescenta, pretende-se que o município lidere a região e que Viseu continue a ser um concelho bom “para nascer, para viver, para trabalhar e para envelhecer”. “Conto com a participação de todos e estou sempre disponível para acolher ideias viáveis”.

Mas este “governar com todos e para todos” é uma promessa que a oposição diz já estar a ser traída pelo presidente da câmara eleito, antes mesmo de entrar em funções. A polémica instalou-se com a discussão à volta dos dias em que o executivo camarário se deve  reunir. Os candidatos do PS, José Junqueiro, e do CDS-PP, Hélder Amaral, vereadores eleitos que são também deputados na Assembleia da República, preferiam reuniões à segunda-feira, para poderem conciliar as actividades políticas do município e do Parlamento. Sob a gestão de Fernando Ruas, as reuniões da Câmara de Viseu realizam-se à quinta-feira e Almeida Henriques já disse não ver necessidade de proceder a alterações.

“Vou organizar o trabalho da forma que acho ser mais útil para o funcionamento da Câmara”, afirmou. No entanto, disse não estar de acordo com reuniões que “obriguem algumas pessoas – que estão com funções a tempo inteiro - a terem de dispensar horas extra ao fim-de-semana para prepararam uma reunião por causa de apenas duas pessoas que têm outras actividades”.

Os socialistas acusam o novo presidente de “oferecer mais do mesmo: dificuldades de participação, opacidade e falta de transparência”. Já o CDS-PP diz que esta posição é própria de alguém que tendo passado pela função de deputado, no Parlamentro, "não entendeu a sua importância”.

Polémica à parte, Almeida Henriques quer iniciar um novo ciclo na Câmara de Viseu, recusando a ideia de representar apenas a continuidade, relativamente a Fernando Ruas. A caminhada para a presidência da autarquia arrancou em Março, quando o social-democrata disse ter ouvido um “apelo dos viseenses” e decidiu candidatar-se à câmara, que conquistou com 51,19% dos votos. Na altura era secretário de Estado da Economia e do Desenvolvimento Regional. Fez incidir a sua campanha em dez ideias-chave para o município e entrou várias vezes em polémica com os seus mais directos opositores, nomeadamente com o agora eleito vereador Hélder Amaral, do CDS-PP,  partido que faz parte da coligação do Governo.
 

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