Louboutin consegue impedir campanha da extrema-direita belga

Sapatos desenhados pelo criador francês aparecem em cartazes anti-islão promovidos por uma associação próxima da extrema-direita flamenga.

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Tribunal ordenou que cartazes fossem retirados num prazo de 48 horas DR

Um tribunal belga deu razão esta segunda-feira ao criador de sapatos de luxo francês Christian Louboutin, impedindo a continuação de uma campanha de um grupo próximo da extrema-direita flamenga que utiliza sapatos da famosa marca.

Em causa está um cartaz, integrado numa acção da associação “Mulheres Contra a Islamização”, em que se podia observar as pernas de uma mulher, com um vestido negro, e com a indicação dos níveis de aceitação de nudez por parte dos muçulmanos.

Até certa altura pode ler-se “aceitável”; uma saia até aos pés está “de acordo com a sharia” (lei islâmica); uma saia que suba até perto das nádegas tem a indicação de “lapidação”. O cartaz está acompanhado do slogan: “Liberdade ou Islão?”.

Os sapatos utilizados pela modelo do cartaz têm o forro inferior vermelho, uma imagem de marca da Louboutin. A empresa francesa não se quis ver associada a uma campanha desta índole e interpôs uma acção judicial no Tribunal do Comércio de Antuérpia, no Norte do país.

Os promotores da campanha, ligados ao partido separatista Vlaams Belang (Interesse Flamengo), têm agora 48 horas para retirar os cartazes. A modelo que aparece na campanha é Anke Van Dermeersch, antiga Miss belga e deputada do partido flamengo.

Quando soube da decisão do partido, o líder parlamentar do partido, Filip Dewinter, publicou, através do Twitter, uma imagem ligeiramente modificada da campanha. Agora, a modelo aparecia deitada e as solas dos sapatos estão pintadas de amarelo.

A modelo considerou a decisão do tribunal “política”. A campanha é inspirada num trabalho de Rosea Lake, uma estudante canadiana, que pretendia denunciar os juízos sexistas em relação às mulheres. Também ela se queixou da utilização do seu cartaz pela associação belga.

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