Marco Almeida apresenta queixa-crime por alegadas "irregularidades" em Sintra

Marco Almeida foi derrotado por Basílio Horta.

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Marco Almeida, durante a campanha para a câmara de Sintra Bruno Castanheira

O candidato independente à Câmara de Sintra nas autárquicas de Setembro, Marco Almeida, derrotado pela lista de Basílio Horta (PS), anunciou nesta segunda-feira que apresentou uma queixa-crime no Ministério Público, contra desconhecidos, por alegadas irregularidades no ato eleitoral.

"Foi entregue hoje no Ministério Publico de Sintra uma queixa-crime contra desconhecidos relativamente a algumas anomalias que identificámos e que alguns munícipes nos fizeram chegar sobre o ato eleitoral de 29 de Setembro", disse Marco Almeida à agência Lusa.

O ainda vice-presidente da câmara liderada pelo social-democrata Fernando Seara afirmou que recebeu várias queixas de munícipes e de pessoas que se encontravam nas mesas de voto e que pretende que o tribunal apure a sua veracidade.

"Há casos de pessoas que não puderam votar porque o seu nome já estava descarregado nos cadernos eleitorais, ou seja, não votaram porque alguém já tinha votado por elas. Há casos excessivos de votos que aparecem nulos, em que o voto era expresso no nosso movimento independente", disse.

O candidato do movimento Sintrenses com Marco Almeida adiantou que outras das alegadas irregularidades passam "pela colocação de propaganda junto às assembleias de voto por forças partidárias, no dia das eleições", bem como por problemas com a entrega de "documentação das eleições às forças de autoridade".

"Há relatórios policiais que apontam para irregularidades na entrega da documentação a seguir ao ato eleitoral, em Queluz", disse, escusando-se a adiantar se estas alegadas irregularidades impediram a sua vitória, uma vez que ficou a 1.700 votos da lista vencedora, liderada por Basílio Horta.

Fonte da PSP confirmou à agência Lusa que numa assembleia de voto na cidade de Queluz houve uma irregularidade, adiantando, no entanto, que não se tratará de "fraude", mas sim de "uma confusão de um presidente de uma assembleia de voto sobre o que devia fazer".

"Alguém terá dito que o presidente da mesa se tinha ido embora e que tinha levado os votos para casa, mas verificou-se que nem ele desapareceu nem tinha levado os votos para casa. Pôs os votos, depois de contados, noutra sala. Os votos não deviam ter saído da sala onde estavam, mas já estava tudo contabilizado", disse a fonte policial.

Marco Almeida disse à Lusa que o seu objectivo não passa por "impugnar as eleições", mas apenas apurar "a veracidade" dos testemunhos dos munícipes, adiantando que pretende enviar à Comissão Nacional de Eleições (CNE) uma proposta "que vise diminuir os riscos com possíveis irregularidades nos próximos actos eleitorais".

Fonte da candidatura socialista (que obteve 26,8% dos votos, contra 25,4% da coligação de Marco Almeida), disse à agência Lusa que "Basílio Horta e o PS estão preocupados em começar a resolver os graves problemas de Sintra e tudo o resto são manobras de diversão, sem sentido, que não conseguem distrair o partido socialista do trabalho em benefício das populações".

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