PS-Porto aprova negociação com Rui Moreira para entendimento na Câmara

Manuel Pizarro fica mandatado para conversar com o novo presidente da câmara no sentido de viabilizar as condições de governabilidade da autarquia.

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Manuel Pizarro Adriano Miranda

A comissão política concelhia do PS-Porto aprovou esta noite a negociação entre os socialistas e o presidente eleito da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, para que possa ser encontrada “uma plataforma de entendimento” na autarquia.

Com 61 votos a favor, três contra e uma abstenção, a comissão política concelhia aprovou uma deliberação que determina que o candidato do PS às últimas eleições, Manuel Pizarro, fica mandatado para, “no respeito dos princípios e dos valores do PS e no interesse superior da cidade, realizar as conversações adequadas para que se possa encontrar uma plataforma de entendimento” entre o PS e Rui Moreira.

Em declarações à Lusa, Manuel Pizarro destacou a “opinião largamente maioritária da comissão política a favor de uma negociação” entre o PS e o presidente eleito, que venceu as autárquicas de dia 29 com maioria relativa. “Uma resposta positiva ao convite de Rui Moreira para que se possa encontrar uma plataforma política comum e a viabilização de condições de governabilidade adequadas na Câmara do Porto”, resumiu.

O também presidente da concelhia descreveu um debate “muito participado, interessante e rico”, considerando que este é um novo desafio para o PS.

O independente Rui Moreira venceu as eleições para a Câmara do Porto com maioria relativa (39,25%), ficando a candidatura do PS, encabeçada por Manuel Pizarro, em segundo lugar e a do PSD, liderada por Luís Filipe Menezes, na terceira posição. Menezes decidiu renunciar ao mandato de vereador.

Na segunda-feira à noite decorreram duas reuniões entre socialistas – uma ao nível concelhio e outra ao nível distrital – onde foi discutida a possibilidade de uma coligação entre Rui Moreira e o PS para a Câmara do Porto. Esta hipótese foi já admitida por Rui Moreira, que considera haver uma partilha de ideais entre a sua candidatura e a dos socialistas.

Em declarações à Lusa, o líder da distrital do PS-Porto, José Luís Carneiro – que esteve presente em ambas as reuniões –, transmitiu então a sua posição “pessoal” de que a vontade de cooperação e colaboração do PS na Câmara do Porto “não deve passar pela assunção de responsabilidades executivas nem tão pouco ao nível das empresas municipais”.

José Luís Carneiro explicou que, ao nível da reunião da estrutura local (presidente da comissão política concelhia, Manuel Pizarro, e secretários coordenadores) “há uma maioria favorável ao estabelecimento dessa coligação, para que o PS participe no poder”.

“Todavia, naqueles que se pronunciaram na reunião de comissões políticas concelhias há a afirmação de que o PS deve aceitar um compromisso que viabilize um conjunto de linhas de orientação estratégicas para a cidade do Porto e para a área metropolitana, mas abdicando da participação em pelouros ou em entidades municipais”, relatou.
 

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