Greve pára Metro de Lisboa até à madrugada de quarta-feira

Circulação parada desde as 23h30 desta segunda-feira.

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Trabalhadores fazem greve contra a degradação das condições de trabalho Patrícia de Melo Moreira/AFP/Arquivo

Uma greve convocada por três sindicatos e duas federações sindicais dos sectores dos transportes e serviços parou o metropolitano em Lisboa às 23h30 desta segunda-feira. A empresa prevê que os impactos se sintam ainda durante a madrugada de quarta-feira.

Os protestos foram convocados pela Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), Sindicato dos Trabalhadores da Tracção do Metropolitano (STTM), Sindicato da Manutenção do Metropolitano (SINDEM). Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes (SITRA) e Federação dos Sindicatos da Indústria e Serviços (FETESE).

Num comunicado enviado às redacções, a empresa refere que prevê “a paralisação do serviço de transporte do metro a partir das 23h30” desta segunda-feira e durante todo o dia de terça-feira. No dia seguinte, a normalização do serviço só deverá acontecer “a partir das 6h30”, explica.

A Metro de Lisboa referiu ainda que, durante este período, haverá um reforço da operação da Carris (empresa qual a qual se fundiu em 2012) em “algumas das carreiras de autocarros coincidentes com os eixos servidos pelo metropolitano”.

Recorde-se que, por decisão do tribunal arbitral do Conselho Económico e Social, não foram definidos serviços mínimos para esta greve na Metro de Lisboa, à semelhança do que tem acontecido em paralisações anteriores.

O grupo, que perdeu o seu presidente, José Silva Rodrigues, na sequência da polémica dos swaps, referiu ainda que “o conselho de administração reitera o empenho na prossecução das medidas necessárias que garantam a sustentabilidade e a qualidade do serviço”, lamentando “todas as perturbações causadas pela greve aos clientes e à cidade”.

Em declarações à Lusa, a sindicalista Anabela Carvalheira disse que os trabalhadores manifestam assim o seu protesto “contra as privatizações” das empresas públicas de transportes, “contra a extinção de postos de trabalho e contra a degradação das condições de trabalho”.

A concessão das transportadoras do Estado a privados está prevista desde 2011, num plano estratégico que o Governo entregou à troika. O executivo pretende avançar com estes processos no próximo ano. Outro compromisso selado com as autoridades externas foi o reequilíbrio das contas no sector, o que levou ao emagrecimento dos quadros de pessoal e a aumentos tarifários.

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