Cinemas portugueses continuam a perder espectadores e receitas

De Janeiro até Setembro registaram-se menos um milhão de espectadores nas salas de cinema portuguesas.

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Maria da Luz Nolasco considera a actual direcção do cineclube responsável pelo abandono de sócios Carla Carvalho Tomás

Os resultados divulgados pelo Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA) já não são nenhuma novidade. A queda já vem do ano passado mas em 2013 tem vindo a acentuar-se. A três meses do final do ano a perda já vai em mais de um milhão de espectadores e sete milhões de euros em receitas brutas.

De Janeiro até Setembro, a queda no número de espectadores nas salas de cinema em Portugal atingiu os 10,1%, comparativamente com o mesmo período de 2012. Isto significa que no ano passado nesta altura os cinemas registavam 10.308.069 espectadores, enquanto em 2013 o número só vai nos 9.264.582. Uma diferença de pouco mais de um milhão de espectadores, revelam asestatísticas divulgadas nesta terça-feira.

Deste período, foi em Abril que se registou a maior queda, com apenas 690.931. No ano passado neste mês foram ao cinema 1.325.472, tratando-se assim de uma queda de 47%. Junho, porém, foi o único mês em que se registou um resultado positivo. Comparativamente com 2012, neste mês este ano registaram-se 1.194.919 espectadores, contra os 875.015 do ano passado.

Desde então os números têm vindo a cair e nem com a estreia de A Gaiola Dourada, de Ruben Alves, que é já o filme mais visto do ano com 678.241 espectadores, se conseguiu recuperar. O filme estreou em Agosto, mês que registou uma queda de 9,8%.Em Setembro, a queda foi de 7,1%.

Estes números representam, assim, uma queda nas receitas brutas de 12,6%, ou seja, de pouco mais de sete milhões de euros, comparativamente com o mesmo período no ano passado. Com estes números, será difícil atingir os valores do ano passado, de Janeiro a Dezembro, quando se somou nas bilheteiras de cinema quase 74 milhões de euros. Neste momento, o valor acumulado é de 48,5 milhões de euros.

Quanto à exibição cinematográfica, a Socorama, que em Janeiro encerrou dezenas de salas, continua a registar uma queda acentuada, com valores a rondar os 71% face ao ano anterior. Neste ponto, destaca-se a entrada no mercado de um novo exibidor, o Orient Cineplace, que reabriu até ao final de Setembro 46 salas de cinema anteriormente explorados pela Socorama.

No que concerne à produção de obras nacionais apoiadas pelo ICA, os dados revelados nesta terça-feira assinalam a entrega de 14 obras até final de Setembro, sendo que, em igual período do ano passado, esse número ascendia a 29 obras. Esta diminuição justifica-se pelo corte nos apoios à produção cinematográfica - no último ano, os produtores tem-se manifestado por mais e melhores condições.

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