Escolas com actividades suspensas no Porto e em Viana do Castelo

Na Clara de Resende, só a partir de dia 14 será possível regressar à normalidade. Em Barroselas, chove na escola e os alunos estão em greve.

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A falta de funcionários na Clara de Resende deixou muitos alunos sem aulas Paulo Pimenta

As escolas Clara de Resende, no Porto, e de Barroselas, em Viana do Castelo, estão e vão continuar com as suas actividades suspensas. No primeiro caso, devido à falta de funcionários. No segundo, devido às infiltrações e falta de obras no edifício.

Desde quinta-feira à tarde que a escola Clara de Resende, no Porto, suspendeu as aulas devido à falta de funcionários, situação que não permite garantir a segurança dos alunos. A directora do agrupamento de escolas afirmou

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nesta sexta-feira, que o problema vai arrastar-se durante a próxima semana, afectando o normal funcionamento das aulas.

Em declarações à agência Lusa, Rosário Queirós disse que a situação só deverá ficar “normalizada” a partir de dia 14, após a contratação de novos funcionários. A directora referiu, no entanto, que tudo fará para que não sejam sempre os mesmos alunos a ser afectados, alternando as turmas que ficam com aulas suspensas.

O Ministério da Educação e Ciência (MEC) afirmou à Lusa que o agrupamento dispunha de “28 assistentes operacionais” até esta quinta-feira, dia em que a Direcção de Serviços da Região do Norte (DSRN) recebeu a informação da direcção da escola sobre “o horário de funcionamento das turmas num dos estabelecimentos de ensino do agrupamento e o número actualizado de alunos numa das escolas”.

O PCP e o Bloco de Esquerda questionaram nesta sexta-feira o Governo quanto à falta de funcionários na Clara de Resende, pretendendo saber que medidas tem o MEC para resolver este problema.

Segundo os comunistas, a “falta grave de funcionários na escola pública para responder a necessidades permanentes dos respectivos serviços ultrapassa os cinco mil trabalhadores” e, “devido a esta carência grave, muitas escolas não têm condições de assegurar o normal funcionamento das actividades lectivas e não lectivas”.

Também os Verdes revelaram preocupação por não estar garantido o normal funcionamento das actividades na escola do Porto e por os alunos não terem acesso ao bar, ao pavilhão desportivo e ao ensino nocturno.

Entretanto, o MEC já fez saber que “todas as situações de défice estão a ser objectiva e cuidadosamente analisadas e a ser supridas, quando comprovadas”, confirmando que serão contratados mais funcionários para a escola Clara de Resende, com contractos parciais que não poderão exceder as 44 horas por dia.

Alunos fazem greve em Viana

Já na manhã de hoje, os alunos da Escola Básica e Secundária de Barroselas, em Viana do Castelo, decidiram entrar em greve, concentrando-se no exterior do estabelecimento a partir das 8h.

As queixas recaem sobre a falta de obras na escola e os problemas de infiltração quando chove. Segundo os manifestantes, a situação é conhecida desde 2011 e tem piorado a cada inverno.

No exterior da escola, ouviam-se gritos dizendo que a “paciência se esgotou” e que os alunos exigem “condições para estudar”. “No refeitório, estamos a comer e a chover no prato e na cabeça dos alunos. Nas salas de aula chove em cima dos cadernos e dos computadores”, relatou à Lusa o presidente da associação de estudantes da escola, Hugo Pereira.

No passado dia 27 de Setembro, algumas divisões da escola chegaram a ficar alagadas com a chuva, nomeadamente a sala de professores, o ginásio, a biblioteca e a papelaria. Já em Janeiro de 2011, centenas de alunos haviam boicotado as aulas devido aos mesmos problemas.

As obras na escola, fundada em 1983 e hoje com cerca de 600 alunos, chegaram a estar previstas para antes de 2011, integradas na fase IV da Parque Escolar, mas nunca se chegaram a realizar devido à suspensão do programa de requalificação dos edifícios escolares. Segundo uma avaliação realizada recentemente, prevê-se que o investimento para recuperar a cobertura da escola chegue aos 300 mil euros.

Maria Teresa Almeida, presidente do Agrupamento de Escolas de Barroselas, diz existir uma promessa da tutela da Educação para avançar com cerca de 90 mil euros que suportem a primeira fase das obras. No entanto, até agora, não obteve qualquer confirmação.

O presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, solicitou hoje uma “reunião urgente” à Direcção Geral dos Estabelecimentos Escolares, por forma a analisar a situação da escola.

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