Bruxelas vê segundo resgate como "largamente inevitável"

Novo pacote de empréstimos já está "parcialmente na mesa". Participação do FMI deverá ser limitada a 10%

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Paulo Pimenta

Considerada impensável há seis meses, a eventualidade de Portugal precisar de um segundo resgate para assegurar o seu financiamento é agora vista em Bruxelas como o cenário mais provável e que já está, aliás, "parcialmente na mesa".

"Muito provável", "praticamente inevitável" e mesmo "largamente inevitável" foram os prognósticos ouvidos pelo PÚBLICO junto de várias fontes envolvidas no actual programa de assistência financeira a Portugal. No centro desta convicção está a constatação de que muito dificilmente Portugal reconquistará a confiança dos investidores para voltar a obter nos mercados o financiamento necessário ao funcionamento do Estado a partir do fim do actual programa de ajuda, em Junho de 2014.

Com taxas de juro superiores ao nível considerado insustentável de 7%, a par da ameaça das agências de notação financeira de voltar a degradar o nível de risco da dívida portuguesa, as probabilidades de o país conseguir recuperar nos próximos meses a credibilidade perdida são neste momento consideradas quase nulas.

O primeiro-ministro, Passos Coelho, já tinha levantado a eventualidade de um segundo resgate em Agosto, após o chumbo da requalificação da função pública pelo Tribunal Constitucional (TC) e voltou a falar no tema há uma semana.

Todos os interlocutores atribuem a desconfiança dos mercados ao "ruído" - ou seja, ao desacordo - gerado dentro do Governo ao longo da Primavera em torno do nível dos cortes nas despesas do Estado e que levou, no início de Julho, à demissão do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, e à crise política subsequente.

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