Ponto final no site de notícias Ciência Hoje

A publicação online dedicava-se principalmente à ciência nacional, mas deixou de ter financiamento para poder continuar.

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O Ciência Hoje chegou a ter mais de meio milhão de visitas por mês DR

O site de notícias Ciência Hoje vai deixar de publicar novos conteúdos. Jorge Massada, director do site, escreveu num artigo publicado terça-feira, intitulado "Ciência Hoje: a verdade, não consegui salvar o Ciência Hoje”.

O site é uma publicação online portuguesa com conteúdo noticioso sobre ciência. O projecto, da autoria do jornalista Jorge Massada, antigo trabalhador do semanário Expresso, teve os seus primórdios há dez anos, mas arrancou com força em 2005. Agora, devido à falta de financiamento, deixou de poder sustentar uma equipa de jornalistas.

Desde 2010 que o site tinha um contrato com a associação Ciência Viva. Mas esse acordo terminou em Junho, ao fim de três anos, e “não pode ser renovado”, diz ao PÚBLICO Jorge Massada. Segundo o director, o Ciência Hoje recebia 4166,67 euros mensais deste contrato, além de 300 euros mensais em publicidade. A redacção de quatro jornalistas teve de ser despedida. “Há dois meses e meio que estou sozinho com o site”, refere Jorge Massada.

O Ciência Hoje, que chegou a ter mais de meio milhão de visitas por mês, tem “um acervo informativo que ninguém tem”, diz o director. Uma porção importante das notícias era sobre descobertas nacionais ou investigadores portugueses. “Fazíamos muita informação, organizámos debates, concursos, fizemos uma série de actividades”, sublinha.

De acordo com as contas de Jorge Massada, para o projecto ter condições para funcionar —com instalações, telecomunicações e uma redacção com quatro jornalistas —, seria necessário perto de 9100 euros por mês ou 109.000 euros anuais.

O Ciência Hoje esteve recentemente envolvido numa polémica por ter adiado a entrega de um prémio — viagens a alunos a Nova Iorque e a Paris — de um concurso que promoveu. O dinheiro que o site recebeu para dar o prémio foi usado no pagamento dos salários dos jornalistas. “Essas viagens estão pagas”, escreveu Jorge Massada no artigo de despedida.
 
 
 

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