Não haverá aperto de mão entre Obama e Rohani

Iranianos responderam que proposta americana para um encontro informal à margem da Assembleia Geral da ONU seria "demasiado complicado".

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O esperado aperto de mão ficou para uma próxima ocasião Eduardo Munoz/Reuters

Chegou a ser falado, mas ainda não será desta que as Nações Unidas testemunharão um encontro entre os Presidentes dos Estados Unidos e do Irão. Segundo um alto responsável da Casa Branca, um encontro informal chegou a ser proposto, mas a delegação iraniana respondeu que a sua realização seria “demasiado complicada”.

“Dissemos em público, e também em privado aos iranianos, que estávamos disponíveis para discussões à margem da Assembleia Geral — discussões informais, não uma reunião bilateral. Mas isso demonstrou ser demasiado complicado para os iranianos neste momento”, disse o responsável, que falou aos jornalistas sob condição de anonimato.

Caem, assim, por terra as expectativas de que, por um acaso mais ou menos planeado, Barack Obama e Hassan Rohani pudessem encontrar-se nos corredores da Assembleia Geral, que hoje começou em Nova Iorque — seria o primeiro aperto de mãos entre os Presidentes dos dois países desde a Revolução Islâmica, em 1979.

A possibilidade de um encontro — que até agora nenhuma das partes tinha admitido desejar, mas também ninguém excluía — começou a ser falada face às declarações de Rohani que, em entrevistas à NBC e num artigo de opinião no Washington Post, reafirmou que o Irão não quer desenvolver armas nucleares e está disposto a servir de mediador na guerra na Síria.

Rohani só discursará durante a tarde (noite em Portugal) na Assembleia Geral, mas Obama disse no plenário estar disposto a explorar a via diplomática para resolver o diferendo que há anos envolve o programa nuclear iraniano, que os ocidentais suspeitam ter fins bélicos.

Ainda que “os obstáculos sejam muito difíceis de ultrapassar, estou acredito convictamente que o caminho da diplomacia deve ser tentado”, declarou o Presidente americano, pedindo que “as palavras conciliadoras” do novo dirigente moderado sejam “acompanhadas de actos transparentes e verificáveis”.


 

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