“Não agredi ninguém, mas se exagerei peço desculpa”, diz Jorge Jesus

Treinador do Benfica diz que está “sereno” quanto aos acontecimentos de Guimarães.

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Técnico do Benfica aguarda o desenrolar do processo Francisco Leong/AFP

Jorge Jesus confirmou que foi notificado pela Polícia de Segurança Pública (PSP) relativamente aos incidentes registados no final da partida do Benfica frente ao Vitória de Guimarães, em que o técnico “encarnado” se envolveu com stewards (assistentes de recinto desportivo) e spotters (agentes da unidade da Polícia de Segurança Pública que fazem o acompanhamento de fenómenos desportivos) que travavam os adeptos do Benfica que tinham entrado no relvado. Jesus disse estar tranquilo, sublinhou que não agrediu ninguém e pediu desculpas às autoridades.

“Não agredi ninguém, nem isso me passou pela cabeça”, disse Jorge Jesus, em declarações ao canal de televisão do clube. “Fui notificado e agora vou aguardar serenamente. Não cometi nada de especial”, acrescentou o técnico, vincando que a sua intenção foi “serenar os ânimos e ajudar o adepto do Benfica”.

Jorge Jesus deu a sua versão dos factos: “O que aconteceu foi que, depois de o jogo ter terminado, quisemos partilhar a nossa vitória com os adeptos. O Luisão foi o primeiro a pedir autorização para se dirigir à massa associativa do Benfica. Eu autorizei a entrega das camisolas e fomos à bancada onde estavam os adeptos do Benfica. Alguns começaram a entrar dentro do campo e tentei dizer para terem calma, e depois desses momentos vejo um adepto do Benfica atrás de mim a ser agarrado, bloqueado, pelas forças da autoridade”.

“Tentei ajudar o miúdo, pedi para o largarem e deixarem-no ir embora. Ele queria partilhar a alegria de termos vencido o jogo. A minha ideia foi sempre ajudar aquela situação. Não agredi ninguém, nunca me passou pela cabeça nada disso”, explicou o treinador “encarnado”.

Jesus aproveitou também para se penitenciar pelos incidentes de domingo: “Eu, como cidadão, nunca tive problemas com a autoridade. Respeito as competências da autoridade. E, como ser humano, achei que devia naquele momento pedir para libertarem o adepto do Benfica para ele poder levar aquilo que ele mais queria. Tentei ajudar a que as coisas entrassem na normalidade. Se exagerei na tentativa de ajudar a que o miúdo fosse para as bancadas, só posso é pedir desculpa às autoridades”, concluiu Jorge Jesus.

De acordo com o canal de televisão do Benfica, o relatório dos incidentes feito pela PSP não menciona a existência de qualquer agressão do técnico aos agentes. Segundo o que está previsto na legislação, no caso de agressão a uma agente de autoridade a pena a aplicar pode ir até quatro anos de prisão. Para além da sanção civil, Jesus incorre também num castigo desportivo que pode chegar aos três anos de suspensão.

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