Marcelo Rebelo de Sousa sai à rua para apoiar Pedro Pinto em Sintra

O candidato pela coligação Sintra Pode Mais, que integra PSD, CDS-PP e MPT, diz que os outros candidatos andam distraídos e que a batalha é com Basílio Horta, do PS.

Apesar de estar confiante que tem “o povo” do seu lado, o candidato a Sintra pela coligação Sintra Pode Mais, do PSD, CDS-PP e MPT, não “tem a mais pequena dúvida” de que a luta que trava é com o candidato do PS: “Isto vai ser decidido entre mim e o Basílio Horta”, disse Pedro Pinto esta segunda-feira numa arruada no Cacém, na companhia do ex-líder do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa.

“Basta sair à rua para perceber que isto se decide entre nós [Pedro Pinto e Basílio Horta]”, afirmou, acrescentando que “o resto anda um bocado distraído”.

Foi ao som do refrão Sintra Pode Mais que Marcelo Rebelo de Sousa desfilou ao lado de Pedro Pinto. O ex-líder do PSD considera que aquele município é dos “mais difíceis de governar, mais difícil de governar do que Lisboa, Porto, Cascais ou Oeiras” e que Pedro Pinto é o candidato certo para agarrar o “desafio de Sintra”.

O “Professor” foi naturalmente a estrela da tarde: entrou nos cafés, nas lojas, falou com quem se cruzou com familiaridade. Pelo caminho, encontra uma criança “envergonhada”, mas a mãe explica que está com febre. Marcelo Rebelo de Sousa abre logo os olhos e põe-lhe a mão na testa: “Está com febre, querida?”. Depois, vira-se para a mãe: “Está a tomar alguma coisa?” O ex-líder cumprimenta adolescentes com palmadas nas costas, chama borracho a uma miúda e abraça gente de todas as idades. “Como se chama esta menina? Rita? É o meu nome preferido”, elogia.

Nas lojas, vê os sapatos, mete conversa, numa até lhe dão uma fotografia em que aparece num jantar partidário há cerca de 30 anos. Uma senhora de 85 anos aproxima-se e pergunta se lhe pode dar um “beijinho”: “Ó minha senhora, pode e deve”, responde prontamente.

"O Professor Marcelo é um amigo de há 40 anos, fizemos muitos combates juntos, eu na altura mais pequenino, fui aprendendo com o Professor e aprendi realmente muito”, disse Pedro Pinto, agradecendo o apoio de “um grande homem de quem Portugal ainda muito espera”. O candidato notou ainda que “nada se faz sozinho” e que do lado dele estão não só uma equipa de apoiantes, mas também o “povo”: “No domingo vão ver que o povo está comigo”, disse.

Quando Pedro Pinto considerou que o país ainda esperava muito de Marcelo Rebelo de Sousa, houve quem quisesse logo saber se o “Professor” se iria submeter a algum futuro sufrágio: “Nunca tinha pensado nisso, mas agora que ele diz, não sei se vá pensar…”, brincou, arrancando gargalhadas.

Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou a ocasião para afirmar que intervém na campanha “de acordo com um critério pessoal”: “Acho que a política é feita por pessoas. E portanto há razões que me levam a que apoie determinadas pessoas de uma forma mais intensa”, disse. Sobre o facto de também ser comentador, acrescentou: “Eu tenho o cuidado de naquilo que comento não intervir em campanha, excepto quando no comentário digo ‘olha as sondagens estão assim’. Eu não digo que gosto muito do Pedro Pinto”, afirmou, reiterando a sua “isenção”.

Nos casos em que formula juízos, diz que opta por não marcar presença nas acções de campanha e cita o caso em que opinou sobre os candidatos ao Porto: “Por exemplo, eu disse que tinha achado o Luís Filipe Menezes [PSD/PPM/ MPT] melhor no debate do que o Manuel Pizarro [PS] e o Rui Moreira [independente], sendo que eu sou amigo do Rui Moreira há muito tempo, até mais amigo do Rui Moreira do que do Luís Filipe Menezes. Filipe Menezes só me criou chatices enquanto fui líder. Foi uma dor de cabeça monumental. Eu disse a minha opinião e por isso é que não vou à campanha no Porto. Seria realmente estranho dizer isto e depois aparecer na campanha no Porto”, afirmou.

Acredita que as pessoas já o conhecem e esperam que diga o que pensa sobre diferentes assuntos da actualidade “com independência”: “Ainda ontem dei uma pantufada no primeiro-ministro de todo o tamanho. É certo que também dei uma pantufada no Seguro, os dois estavam a merecer. Portanto, as pessoas estão habituadas. Eu há 40 e tal anos que digo exactamente o que penso”, sublinha, referindo-se às críticas que fez às posturas do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e do líder do PS António José Seguro nesta campanha, considerando que não contribuem para evitar que o país peça um segundo resgaste.

“Quando eu estou aqui quer dizer que eu acho que o Pedro Pinto é o melhor candidato, não quer dizer que eu concorde com aquilo que o ministro A, o primeiro-ministro ou o vice-primeiro-ministro fazem para o país”, notou.

Na corrida a Sintra, candidatam-se ainda Luís Fazenda (BE), Basílio Horta (PS), Pedro Ventura (CDU), Marco Almeida (independente), Nuno da Câmara Pereira (PND), Barbosa de Oliveira (independente), José Lucena Pinto (PNR), Nuno Azevedo (PAN), e António Laires (PCTP/MRPP).

               

 

 

 

 

 

 

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