PCP “atira” sobre Governo, PS e até Sócrates

Comícioda CDU no Barreiro.

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“Trata-se de uma operação inaceitável e única na Europa”, disse Jerónimo de Sousa a propósito da possível concessão da RTP Enric Vives-Rubio

O líder comunista, Jerónimo de Sousa, exclamou nesta quinta-feira "fogo à peça" no final do comício nocturno, no Barreiro, depois de "atingir" o Governo da maioria PSD/CDS-PP, oposição socialista, incluindo o ex-primeiro-ministro Sócrates, e a troika, numa rajada de críticas.

O Partido Ecologista "Os Verdes" teve voz pela primeira vez numa acção do género, através da deputada Heloísa Apolónia, que apelou a todos os apoiantes da Coligação Democrática Unitária (CDU) para elegerem como inimiga a abstenção, nas autárquicas do final do mês, numa muito composta e quente Sociedade Filarmónica Agrícola Lavradiense, no Barreiro.

"Esta ofensiva é filha da política de direita, da responsabilidade do actual Governo e maioria, mas também do PS. Pelas mãos do PS, dos seus governos, de Sócrates, já se desbravava o caminho que o pacto de agressão veio consolidar", disparou o secretário-geral do PCP.

O também deputado comunista realçou que as forças políticas que compõem a CDU "sempre recusaram um país sem soberania, transformado num protectorado das grandes potências" e criticou as tentativas de "privatização da Educação", de "mercantilização da Saúde" e "destruição generalizada das funções sociais do Estado", historiando - "Sócrates avançou e Passos e Portas encarregaram-se de intensificar".

"Um programa que mostra que este Governo e os interesses que serve são insaciáveis e levarão a mais recessão, mais falências, mais desemprego, agravando o trágico balanço que hoje pode ser feito", vincou Jerónimo de Sousa, acrescentando que, "na verdade, não há novo ciclo, nem oposição à troika, mas sim conivência e conluio".

A deputada de "Os Verdes", Heloísa Apolónia, sugeriu que o próximo sufrágio pode funcionar como um "verdadeiro travão" porque "esta gente [maioria governamental] não se pode rir" depois das eleições autárquicas.

"Temos de ser agentes de combate à abstenção. Estamos a viver tempos muito difíceis neste país. Este é o primeiro ato eleitoral em que as pessoas têm na sua mão o poder de penalizar estes partidos da troika e também a ‘troika'", defendeu, por seu turno, a parlamentar ecologista Heloísa Apolónia, após Jerónimo de Sousa ter confessado à tarde temer uma maior abstenção.

O líder comunista concluiu depois o comício a citar um dizer da Marinha para apelar ao voto na CDU, que "vale a dobrar": "Fogo à peça, ao trabalho camaradas! Viva a CDU!", gritou, merecendo uma grande salva de palmas e palavras de ordem.

 

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