PSD acusa FMI de "hipocrisia institucional"

Marco António Costa diz que PS está a fazer "eleitoralismo" ao propor à troika limite de défice de 5% em 2014, quando sabe que o Governo gostaria que fosse de 4,5%.

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O porta-voz do PSD afirma que Passos não excluiu Marcelo da corrida Adruano Miranda

O vice-presidente do PSD acusou esta quarta-feira os representantes do FMI - Fundo Monetário Internacional na troika de "hipocrisia institucional" por aquela entidade fazer relatórios em que admite "excessos de austeridade" mas depois nas negociações é "muito pouco flexível".

Numa acção de campanha em Braga, e a propósito da presença da troika em Portugal, Marco António Costa lembrou que o FMI faz relatórios em que em que admite "alguns excessos de austeridade" nas receitas aplicadas em países sob ajustamento como o caso de Portugal, mas depois, "no concreto, a postura que revelam na mesa das negociações e na atitude no dia-a-dia do relacionamento com os Estados é de uma atitude muito pouco flexível".

O dirigente do PSD salientou que "ainda ontem [terça-feira] os parceiros sociais saíram altamente descontentes do contacto que tiveram com os representantes da troika".

Marco António Costa aproveitou para lançar críticas ao PS, cujo secretário-geral se reuniu esta manhã, durante hora e meia, com a delegação da troika.

“O PS sabe que a discussão que tem havido é em volta dos 4,5 por cento. Quis ser mais eleitoralista e propôs 5 por cento numa procura de catavento de campanha eleitoral. Procura obter em todos os posicionamentos ganhos eleitorais”, criticou.

Durante uma visita a uma empresa de confecções em Vila Verde (Braga) no âmbito do périplo diário de apoio a vários candidatos sociais-democratas às eleições autárquicas no Minho, Marco António Costa acusou ainda o PS de “utilizar o medo como instrumento político nesta campanha autárquica”.

“Só se percebe que nos ataques e nas observações use permanentemente a arma da generalização na abordagem de medidas que são para grupos circunstanciados profissionais. Quer lançar a confusão e a desinformação e a crença de mais e mais medidas de austeridade. Já foi dito pelo Governo que as medidas mais emblemáticas em questões de despesa pública são aquelas que foram apresentadas no Parlamento. Não foram escondidas para depois das eleições”, sublinhou.

O social-democrata lembrou ainda que o PS, que no passado quis fazer uma redução do défice num “curtíssimo tempo”, tem agora um discurso de campanha com “muitas facilidades” e de “indisponibilidade para o diálogo na concertação estratégica dos interesses de Portugal”.
 
 
 

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