PS sentiu na troika “enorme relutância na flexibilização” do défice

Comitiva socialista liderada por António José Seguro reuniu-se com dirigentes da troika em Lisboa.

Foto
Seguro no encontro que manteve esta manhã com dirigentes da troika em Lisboa Daniel Rocha

Foi uma “conversa animada”, mas sem grandes resultados para o alívio das metas orçamentais para Portugal. Depois da reunião com os elementos da troika, o dirigente nacional do PS, Eurico Dias, não deixou grandes dúvidas sobre a falta de disponibilidade da entidade internacional em acolher a proposta de colocar o défice nos 5% no Orçamento de 2014.

“A principal conclusão a tirar é que o Governo e a troika insistem em manter a política dos cortes”, assumiu o secretário nacional socialista esta quarta-feira na sede do partido, no Largo do Rato, em Lisboa.

O PS partiu para o encontro com o objectivo de sustentar, mais um vez, a necessidade de parar com a austeridade e apresentar as suas propostas. Dias enumerou-as: revisão do salário mínimo nacional, redução do IVA para a restauração e subida da meta orçamental em 2014 para “pelo menos 5%”.

Só que, apesar da “conversa animada” com os técnicos internacionais — foi assim que o dirigente do PS classificou a reunião —, as propostas terão embatido numa parede. “Pela troika falará a troika, mas a nossa percepção é que há uma enorme relutância na flexibilização [das metas do défice]”, disse Eurico Dias.

Uma relutância que veio no seguimento da resistência dos líderes europeus à proposta. O partido da oposição foi representado por uma delegação composta pelo líder António José Seguro, o líder parlamentar, Carlos Zorrinh,o e os dois conselheiros socialistas Eurico Dias e Óscar Gaspar. Ao contrário das últimas reuniões, não foi o secretário-geral a fazer o balanço.

E, assim, o socialista aproveitou para lamentar a aparente discrepância entre o que a troika afirma e aquilo que exige a Portugal. Recuperando a posição do FMI sobre os “limites da velocidade da austeridade”, disse que “era importante que a troika passasse da teoria à prática”.

Caso contrário, vaticinou, Portugal “entrará no quarto ano consecutivo em recessão”. Culpa também de um “governo fraco”, incapaz de “proteger os interesses dos portugueses” perante os credores, mantendo-se a incerteza em relação aos próximos meses. Eurico Dias reconheceu mesmo não ter percebido, junto dos peritos internacionais, se Portugal teria um novo resgate ou programa cautelar, já que perante as questões levantadas “a resposta da troika não foi completamente satisfatória”.
 
 

Sugerir correcção
Comentar