Ex-director-geral do FMI escolhido para conselheiro internacional do Santander

O espanhol Rodrigo Rato já foi conselheiro do grupo bancário depois de liderar o FMI e antes de assumir a presidência do Bankia.

Foto
Rodrigo Rato presidiu ao Bankia até Maio do ano passado Andrea Comas/Reuters

Rodrigo Rato, antigo ministro espanhol da Economia e ex-director-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), vai regressar ao cargo de assessor do grupo Santander, onde durante dois anos ocupou funções idênticas antes de ir liderar a Caja Madrid, uma das instituições que daria lugar ao Bankia, nacionalizado em 2012.

O economista foi, entre 1996 e 2004, ministro da Economia (Partido Popular), cargo que acumulou com a vice-presidência nos dois últimos anos de Governo de José Maria Aznar. Saiu da cena política enquanto liderou o FMI, mas regressou anos mais tarde quando disputou com Mariano Rajoy a liderança do PP, que perdeu para o actual chefe de Governo.

Foi com Rajoy na liderança dos populares que Rodrigo Rato chegou à presidência da Caja Madrid, mas foi já quando Rajoy estava à frente do executivo espanhol, no pico da crise que levou à nacionalização do Bankia, que o economista abandonou a liderança deste grupo bancário (que resultara da fusão da Caja Madrid).

Rodrigo saiu da presidência do Bankia em Maio do ano passado garantindo que o quarto maior banco do país estava numa posição “sólida”, mas deixava à vista a gravidade da situação que forçaria o executivo de Mariano Rajoy a nacionalizar a instituição, com uma injecção de capital em larga escala.

Com outros ex-responsáveis do banco, Rodrigo Rato foi ouvido pela Audiência Nacional espanhola no quadro das investigações ao caso Bankia, onde o tribunal suspeita, nomeadamente, da alegada falsificação de contas.

Para o presidente do Santander, Emilio Botín, Rato foi o “melhor ministro da Economia da democracia” em Espanha; o gestor disse-o em 2010 e, agora, foi buscá-lo para a sua equipa de conselheiros internacionais, centrada na estratégia de negócio do banco a nível global.

O gestor e político, que ocupou funções idênticas em 2008 e 2009, vai acumular este cargo com o de assessor (para a América Latina e Europa) do grupo de telecomunicações Telefónica.

No FMI, entrou como director-geral em 2004 e terminou o mandato em 2007, quando — diria o seu sucessor, o francês Dominique Strauss-Kahn — a instituição estava “numa encruzilhada”.

Sugerir correcção
Comentar