No Estádio Ernst Happel até o pior FC Porto consegue vencer

A exibição foi desinspirada, mas o objectivo foi cumprido. Os “dragões” estrearam-se na Liga dos Campeões com um triunfo sobre o Áustria Viena, por 1-0. Lucho marcou o único golo

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Lucho González resolveu o jogo em Viena Dominic Ebenbichler/Reuters

Ao quarto jogo, o FC Porto voltou a ganhar no Estádio Ernst Happel, em Viena. Num estádio talismã para os portistas, a equipa de Paulo Fonseca realizou uma exibição desinspirada, mas manteve a tradição de triunfar no palco da final da Taça dos Campeões de 1986-87 e alcançou o mais importante: a vitória e os três pontos. Lucho, aos 55’, marcou o golo da vitória dos “dragões” frente ao Áustria Viena na primeira jornada do grupo G da Liga dos Campeões.

Na antevisão da partida, Paulo Fonseca tinha tentado rebater a tese de que o Áustria Viena era uma equipa acessível. O treinador do FC Porto afirmou que os austríacos tinham alcançado o apuramento para a fase de grupos com “mérito” e sublinhou que o favoritismo “azul e branco” teria que ser comprovado “dentro do campo”. As palavras prudentes do técnico, no entanto, não terão sido bem compreendidas no balneário portista.

Frente ao 90.º classificado no ranking da UEFA e estreante nesta fase da prova, os jogadores portistas assumiram durante quase toda a partida uma postura altiva e, principalmente nos primeiros 45 minutos, Nenad Bjelica agradeceu. O treinador croata tinha colocado os “dragões” ao “nível de um Borussia Dortmund, Real Madrid ou Barcelona”, mas o que se viu no Ernst Happel, na primeira parte, foi um FC Porto ao nível do Áustria Viena. No entanto, a qualidade dos jogadores portistas acabou por fazer a diferença.

Sem Defour, que estava castigado, Paulo Fonseca colocou em campo a equipa esperada. Para o lugar do belga, o treinador apostou em Josué. E a inépcia “azul e branca” também passou por aí. Com o desenho habitual desta época no trio do meio-campo, Lucho assumiu posições mais ofensivas e Josué foi colocado quase na mesma linha de Fernando. Pouco habituado à posição, o médio português esteve longe do nível já exibido esta temporada e o meio campo portista não teve a intensidade habitual.

O jogo até começou bem para os campeões nacionais e, logo aos 2’, Fernando obrigou Lindner a defesa difícil para canto. Essa foi, porém, a melhor ocasião do FC Porto na primeira parte. Com uma atitude mais agressiva, os austríacos venciam quase todos os duelos no centro do terreno e a postura macia dos “azuis e brancos” era aproveitada por Hosiner: o avançado do Áustria Viena criou perigo para Helton aos 30’ e 32’. Ao intervalo, a estatística reflectia bem o que se tinha passado em campo. Apesar do domínio na posse de bola (65%), o FC Porto tinha menos de metade dos remates dos austríacos à baliza: quatro dos portistas contra nove do Áustria Viena.

Ao intervalo, Paulo Fonseca deve ter repetido o discurso de que era preciso provar dentro do campo a superioridade e, durante os primeiros dez minutos da segunda parte, o FC Porto surgiu bem melhor. Sem a displicência da primeira metade, os portistas pareciam transfigurados, ligeiramente mais atrevidos e foram premiados com o golo: aos 55’, na melhor jogada dos “dragões” em todo o jogo, Danilo desequilibrou na direita, foi à linha de fundo e cruzou rasteiro para a marca de grande penalidade onde surgiu Lucho que, com a classe habitual, colocou a bola no fundo da baliza.

O mais difícil parecia estar alcançado e no banco portista respirou-se de alívio, mas com o golo regressou o FC Porto dos primeiros 45 minutos. Dois minutos depois de Lucho marcar, Marko Stankovic, a estrela dos austríacos, rematou de cabeça ao poste e, pouco depois, uma asneira de Otamendi permitiu que Hosiner se isolasse, mas o remate do avançado saiu à figura de Helton. A vontade austríaca, no entanto, não dava para muito mais e mesmo um FC Porto desinspirado mostrou ser superior. Seguem-se Atlético Madrid e Zenit e aí o campeonato será outro.
 
 
 
 
 

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