Carrilho vai coordenar fórum de reflexão sobre o estado da cultura

A iniciativa, que partiu da Sociedade Portuguesa de Autores, arranca terça-feira com uma conferência de Gilles Lipovetsky

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"Queremos partir da situação contemporânea", diz Manuel Carrilho Carlos Lopes

Uma conferência do filósofo francês Gilles Lipovetsky, com o tema A Cultura na Era da Globalização, dá início, terça-feira às 18h30, ao Fórum Cultura Viva, a uma série de encontros com os quais se pretende pensar a cultura hoje.

Os encontros são coordenados pelo filósofo e antigo ministro da Cultura Manuel Maria Carrilho, e partem de uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA). Depois da conferência inaugural, haverá, uma vez por mês, no auditório da SPA, um debate sobre um sector cultural. O primeiro, que acontecerá já em Outubro, será sobre o estado do cinema.

“Fui convidado pela SPA”, explica Carrilho ao PÚBLICO, “e propus para a conferência inaugural o nome de Gilles Lipovetsky porque ele fez o melhor diagnóstico que conheço das profundas transformações da cultura na era da globalização". O filósofo francês é autor, entre outros livros, de A Cultura-Mundo – Resposta a Uma Sociedade Desorientada, editado em Portugal pelas Edições 70. "As coisas mudaram muito nos últimos dez ou quinze anos, e o que queremos é que o debate parta muito da situação contemporânea e não de uma visão nostálgica do que já foram ou do que deviam ter sido as políticas para a cultura", afirma Carrilho. 

Será também criado um site do Fórum Cultura Viva, que reunirá todos os contributos, e será aberto à participação de que quiser contribuir para esta reflexão. O objectivo da iniciativa, diz a SPA no seu site, é criar “uma plataforma de reflexão e debate que efectue o diagnóstico do estado da cultura em Portugal, detecte carências e más práticas e contribua para a definição de um conjunto de políticas que venham a ser úteis a vários níveis”. Relativamente à eventual definição de políticas, Carrilho diz apenas que “é sempre desejável que os debates possam conduzir a propostas concretas”, mas isso só se verá ao longo do processo.

Assim, mensalmente, e sempre na primeira quarta-feira de cada mês, realizar-se-á um debate temático sobre os diferentes sectores da área da cultura, com dois a quatro convidados. Pretende-se que este seja um processo de reflexão feito com calma, por isso o Fórum Cultura Viva foi pensado como um projecto para entre dois e três anos.
 

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