Apple lança pela primeira vez um iPhone "low cost"

Há dois substitutos para o iPhone 5: um de baixo custo e um topo de gama, com acesso por impressão digital. O sistema operativo iOS7 é lançado a 18 de Setembro

É uma estreia muito antecipada: a Apple anunciou pela primeira vez um modelo de baixo custo do iPhone. Chama-se 5C e, nos EUA, com contrato de fidelização, vai custar 99 dólares. O novo modelo começa a ser vendido a 20 de Setembro, em cinco cores, mas poderá demorar até Dezembro a chegar a Portugal – na Europa, o preço costuma ser transporto para euros sem qualquer câmbio.

O presidente executivo da empresa, Tim Cook, confirmou o rumor de longa data nesta terça-feira. É uma mudança estratégica que aumenta a competitividade da empresa sobretudo nos países em desenvolvimento, onde o preço é um factor determinante para os consumidores.

O ecrã do 5C mantém as quatro polegadas da versão anterior, que será descontinuado. O iPhone5 será substituído nas lojas pelo 5C e pelo 5S. Este último passa a ser o produto topo de gama da Apple no aguerrido sector dos smartphones, que a sul-coreana Samsung lidera.

Os telemóveis com sistema operativo Android (Google), com um leque de preços muito variado, dominam o mercado com quase 80% de quota. Os consumidores podem escolher entre aparelhos topo de gama, low cost ou de custo médio. Algo que até agora não era possível com a Apple, que sempre apostou em produtos de alta qualidade.

O que Tim Cook anunciou em Cupertino, Califórnia, foi por isso mais do que um telemóvel: foi uma alteração do rumo traçado por Steve Jobs. Os responsáveis da Apple querem voltar a ser líderes no sector a que em Junho de 2007 deram um definitivo empurrão, com o lançamento do primeiro iPhone. Isto porque, em 2012, apesar de terem vendido mais smartphones do que no ano anterior, a quota de mercado da empresa caiu para 16,9%.

Um modelo de 16GB do 5C custará 99 dólares e um de 32GB ficará pelo dobro – 199 dólares. Os valores (para os EUA) incluem um contrato de fidelização de dois anos, explicou o vice-presidente para o marketing, Phil Schiller. Tal como acontece com o 5S, também apresentado nesta tarde, com preços que vão dos 199 dólares (16GB) aos 299 dólares (32GB) e aos 399 dólares (64GB). Desbloqueado e sem contrato, os valores do 5C sobem para 549 dólares (16GB) e 649 dólares (32GB) e, no caso do 5S, para 649 dólares (16GB), 749 dólares (32GB) e 849 dólares (64 GB).

O que permite ao 5C ser mais barato é o facto de ser feito em silicone em vez do habitual alumínio anodizado. De resto, deixará o processador de topo – o A7 – para o parente rico, o 5S, mantendo o A6 do iPhone5. A Apple diz que o A7 é duas vezes mais veloz do que o A6 e que o novo sistema operativo, o iO7, está preparado para tirar partido das suas potencialidades.

O iO7, anunciado em Junho, estará disponível para download a 18 de Setembro. Poderá ser usado nos modelos mais actuais do iPhone (a partir do 4) e do iPad (a partir do 2). O 5C e o 5S já chegarão às lojas com o novo sistema operativo, o que deve acontecer a 20 de Setembro em países como EUA, Canadá, Reino Unido ou Japão, e em Dezembro ao resto do mundo.

O 5S estará ainda equipado com uma tecnologia que é uma novidade completa nos smartphones: segurança biométrica. Os utilizadores deste iPhone poderão bloquear os aparelhos de modo a que só com as suas impressões digitais seja possível aceder-lhes. No entanto, numa altura em que é polémico o papel de gigantes tecnológicos como a Apple no programa de espionagem da Agência de Segurança Nacional norte-americana (NSA), o que parece uma medida de segurança levanta questões sobre a utilização destes dados. Schiller tentou descansar os consumidores: “Todas as impressões digitais são encriptadas e protegidas dentro de um enclave seguro.”

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