“Portugueses devem estar muito gratos a Scolari”, diz Paulo Bento

Seleccionador nacional considera que vitória sobre a Irlanda do Norte foi pouco valorizada.

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Bento está confiante Francisco Leong/AFP

O panorama da selecção nacional está mais desanuviado, no que diz respeito à qualificação para o Mundial 2014 – após a vitória (4-2) sobre a Irlanda do Norte, o segundo lugar no Grupo F está praticamente garantido. É com uma motivação diferente que a selecção portuguesa defronta, na madrugada de terça para quarta-feira (02h, RTP1), o Brasil. A partida realiza-se em Boston, nos EUA, e deverá ser aproveitada por Paulo Bento para fazer algumas experiências e dar minutos de jogo a futebolistas que, normalmente, não são primeira opção na equipa nacional.

Mas o jogo de Belfast ainda está fresco na memória, e Paulo Bento aproveitou a antevisão da partida frente ao Brasil para defender a equipa de algumas críticas que lhe foram dirigidas: “Quando, no dia seguinte, me fui apercebendo das reacções, até fiquei com a sensação de que houve uma equipa que jogou melhor do que nós”, disse nesta segunda-feira em Boston, em declarações reproduzidas pelo diário desportivo A Bola.

“Reconheço que fomos desorganizados e anárquicos. Tivemos responsabilidade nalgumas coisas que se passaram em Belfast, mas houve demasiadas incidências que não tiveram a ver connosco. Exemplos? A expulsão injusta do Hélder Postiga. Por isso, acho que foi pouco valorizado o trabalho e o resultado que alcançámos na Irlanda do Norte”, acrescentou Paulo Bento.

Quanto ao jogo frente ao Brasil, o técnico da equipa nacional prometeu o mesmo empenho de sempre: “Tentaremos fazer o que fazemos em todos os jogos, independentemente de serem oficiais ou particulares. Tentaremos ganhar e jogar bem. Sabemos que o adversário é colectivamente e individualmente muito forte, mas isso não irá inibir-nos”, sublinhou.

A equipa brasileira atravessa um bom momento (vem de uma goleada por 6-0 à Austrália) e tem tido Neymar em grande nível. “É uma grande equipa que está nesta altura com a tranquilidade de quem tem a situação relativamente ao Mundial definida, por força de ser organizador. Teremos de estar motivados, e estaremos seguramente”, analisou prometeu o seleccionador nacional.

Paulo Bento também falou de Luiz Felipe Scolari, técnico que conduziu Portugal no Euro 2004, Mundial 2006 e Euro 2008 e agora orienta o Brasil. “Vejo com muito bons olhos esse reencontro. Os jogadores portugueses que estiveram a trabalhar com Scolari devem estar-lhe gratos, cumprimentá-lo da melhor maneira e se possível de forma até efusiva, porque ele ajudou muitos deles na selecção”, disse.

“Eu, pessoalmente, o que posso dizer é que estou do outro lado, vou defrontá-lo pela primeira vez, mas como português estou-lhe muito grato. Ele, naturalmente que com a ajuda de muita gente, levou Portugal à única final que tem [no Euro 2004] e ainda a uma segunda meia-final de um Mundial [em 2006]. E qualificou-nos para o Euro 2008. Para alguns iluminados dá sempre a sensação de que ele fez pouco, mas eu tenho opinião diferente, ele fez um excelente trabalho, foi o seleccionador que melhores resultados conseguiu à frente de Portugal e os portugueses devem estar-lhe muito gratos”, concluiu Paulo Bento.

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