PS diz que Portugal continua em recessão e é “preciso parar com a austeridade”

O INE confirmou o crescimento de 1,1% do PIB no segundo trimestre do ano.

Foto
O PS encara a situação com “grande preocupação”, disse Eurico Brilhante Dias Filipe Arruda

O PS disse nesta sexta-feira que 2013 será o "terceiro ano consecutivo de recessão" em Portugal, sublinhando que é "preciso parar com a austeridade" e o Governo tem de "perceber os sinais" dados pela economia do país.

"Portugal continua em recessão. Em termos homólogos, o PIB decresce 2,1%, o que, em bom rigor, é já um recuo em relação à estimativa rápida que o INE [Instituto Nacional de Estatística] apresentou ainda durante o mês de agosto", afirmou aos jornalistas o secretário nacional do PS, Eurico Brilhante Dias, numa declaração na sede do partido, em Lisboa, para comentar os dados económicos mais recentes do INE.

O INE confirmou hoje o crescimento de 1,1% do PIB no segundo trimestre do ano, face ao trimestre anterior, mas piorou a estimativa da contracção em termos homólogos de 2% para 2,1%.

Para 2013, advertiu Eurico Brilhante Dias, o memorando de entendimento com a troika apontava para um crescimento de 1,2%, ao passo que o Orçamento do Estado (OE) para 2013 apontava para um decréscimo de 1%.

"Parece que se verificam as estimativas mais gravosas quer da troika quer do próprio Governo quer do Banco de Portugal. A economia portuguesa irá concluir o ano de 2013 pela terceira vez em recessão e em mais de 2% de diminuição do PIB", sublinhou o socialista.

Sobre a variação positiva em cadeia de 1,1% entre o primeiro trimestre e o segundo deste ano, o secretário nacional do PS recorda que entre Janeiro e Março deste ano deu-se "o pior trimestre desde a queda do Lehman Brothers".

"Desde o último trimestre de 2008, com impacto no primeiro trimestre de 2009, que a economia portuguesa não tinha um trimestre tão negativo. Recordo que o decréscimo homólogo do primeiro trimestre de 2013 foi de 4,1%", assinalou.

O Governo, declarou ainda, "vai afastar a economia portuguesa" da recuperação e da criação de emprego "se quiser implementar os cortes de 4,7 mil milhões de euros" na despesa pública.

"É preciso parar com a austeridade, é preciso perceber os sinais. (…) É preciso parar com os cortes, permitir que a economia portuguesa respire", concretizou.

Há três semanas o INE publicou a sua estimativa rápida para as contas nacionais trimestrais referentes ao segundo trimestre, dando conta de um crescimento trimestral do Produto Interno Bruto (PIB), em cadeia, pela primeira desde os últimos três meses de 2010, ou seja, após 10 trimestres consecutivos de quebra.

O INE confirma agora que o PIB cresceu 1,1% entre Abril e Junho deste ano, em comparação com os primeiros três meses do ano, altura em que caiu 0,4% também em cadeia (face ao trimestre imediatamente anterior).

Segundo o INE, existem dois grandes factores que motivam este crescimento. A procura interna apresenta um contributo positivo para o PIB na ordem dos 0,8 pontos percentuais.

Sugerir correcção
Comentar