Acusação de que Assad usou armas químicas é "absurdo completo", diz Putin

"Seria muito triste se os Estados Unidos iniciassem acções militares unilaterais contra a Síria", defendeu o Presidente russo.

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Aleksey Nikolskyi/RIA Novosti/Reuters

O Presidente russo, Vladimir Putin, classificou este sábado as acusações feitas por Washington de que o regime sírio usou armas químicas contra civis como "um absurdo completo".

O Presidente Barack Obama, na sua qualidade de laureado com um prémio Nobel da Paz, devia "considerar as potenciais vítimas de um ataque militar contra a Síria", afirmou Vladimir Putin. O Presidente russo comentava a apresentação das provas de que dispõem os Estados Unidos sobre o uso de armas químicas na semana passada, num ataque contra uma região nos subúrbios de Damasco, e as palavras fortes de Obama e do seu secretário de Estado, John Kerry, apresentando os argumentos para um ataque punitivo contra o regime sírio.

As provas de que os Estados Unidos dispõem deveriam ser apresentadas ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, aconselhou Putin. A cimeira do G20 na próxima semana em São Petersburgo, na Rússia, poderá ser também uma plataforma para discutir a guerra na Síria e as suas repercussões internacionais, afirmou o Presidente, em Moscovo.

"Seria muito triste se os Estados Unidos iniciassem acções militares unilaterais contra a Síria", sublinhou Putin.

A Rússia é um membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas com direito a veto e, juntamente com a China, tem bloqueado qualquer resolução propondo uma acção militar com enquadramento internacional. Nenhum país apresentou ainda um texto a votação, mas uma proposta britânica ainda em rascunho para uma acção militar tem chumbo garantido.

A chanceler alemã, Angela Merkel, criticou a atitude da Rússia e da China na crise síria, acusando-os de diminuírem o poder da ONU.

"É lamentável que recusem tomar desde há bastante tempo uma posição comum sobre o conflito sírio. Isto enfraquece consideravelmente o papel das Nações Unidas", afirmou Merkel, numa entrevista publicada este sábado no jornal Augsburger Allgemeine.

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