Metro do Porto e Souto de Moura ganham prémio de design de Harvard

Criado em 1986, o prémio reconheceu, na primeira edição, uma obra de Siza Vieira. Um português volta a ser premiado 11 anos depois.

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As estações do metro são as peças mais marcantes do trabalho de souto de Moura no Metro do Porto Paulo Pimenta

A escola de design da universidade norte-americana de Harvard, no estado de Massachusetts, vai atribuir na terça-feira o prémio “Veronica Rudge Green Prize” em design urbano à empresa de transportes Metro do Porto pelo sua inserção urbana e impacto na região. Este galardão distingue também o arquitecto Eduardo Souto Moura.

O prémio Pritzker de 2011 coordenou a equipa de projectistas responsáveis pela inserção urbana do metro em diferentes locais da Área Metropolitana do Porto. De acordo com a informação disponível na página da internet da Universidade de Harvard, no projecto Metro do Porto, o júri destaca o potencial desta infra-estrutura de mobilidade, “cuidadosamente planeada e executada para transformar a cidade e a região”.

O prémio, que vai já na sua 11.ª edição, é também atribuído ao projecto de Integração Urbana do Nordeste, em Medellín, na Colômbia. “As duas obras criaram oportunidades que vão além do movimento físico, fazendo avançar a mobilidade social e revigorando o espaço cívico”, refere a universidade de Harvard. A primeira edição deste galardão, em 1988, foi dividida entre Álvaro Siza Vieira, pelo seu Conjunto Residencial Malagueira, em Évora (1977-1988), e Ralph Erskine, com o seu projeto do “Byker Redevelopment”, em Newcastle Upon Tyne (1969-1982).

O presidente do conselho de administração da Metro do Porto, João Velez Carvalho, afirmou esta sexta-feira à agência Lusa que “a atribuição deste prémio representa uma honra” para a empresa, “tendo em conta o que significa em termos de reconhecimento internacional”. “Esta distinção premeia um dos projectos mais impressionantes do arquitecto Souto Moura”, disse, acrescentando ser também “uma distinção ao mérito e ao empenho de todos os responsáveis, tanto ao nível de decisão política como ao nível técnico, que souberam ultrapassar dificuldades e problemas bem complexos e concretizar este projecto”.

João Velez Carvalho defendeu que este prémio “valoriza a sustentabilidade do Metro do Porto, não apenas em termos de arquitectura, integração e design, mas também no seu serviço à população e na crescente procura por parte dos clientes. Para o Metro do Porto, para a cidade do Porto e para o país, deve ser um motivo de enorme orgulho ver reconhecido e apreciado de forma tão notável o trabalho que foi feito e que continua a ser levado a cabo”, concluiu Velez Carvalho que participará, com Souto Moura na cerimónia de entrega do prémio, que decorrerá pelas 18h30 (hora local), na cidade de norte-americana de Cambridge.

Nascido em 1986 por ocasião da celebração dos 350 anos de Harvard e dos 50 anos da escola de design, este prémio é atribuído de dois em dois anos a projectos com escala maior do que um edifício individual, construído em qualquer parte do mundo durante dez anos anteriores à sua atribuição. Os vencedores são escolhidos pela sua “substancial contribuição no domínio público de uma cidade” e por “melhorar a qualidade de vida” urbana.

A Universidade de Harvard descreve o Metro do Porto, que iniciou a sua operação comercial em Janeiro de 2003, como “uma forte infra-estrutura de escala e complexidade significativa”, projectada e construída em cerca de dez anos. “O escopo de tal empreendimento dentro de uma cidade Património Mundial da Humanidade é notável”, destaca, acrescentando que o “alto padrão de design” alcançado por Souto Moura e pela sua equipa torna o projecto “digno de ser imitado”.

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