Autarca da Covilha insiste em barragem na serra da Estrela

Presidente da câmara considera que projecto seria importante também para o combate aos fogos na região.

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Meios aéreos têm de recorrer a barragens mais afastadas em fogos na Serra da Estrela Carla Carvalho Tomás

O presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto, voltou esta segunda-feira a reivindicar a construção de uma nova barragem na Serra da Estrela e defendeu que infraestrutura também seria um “elemento fundamental” no combate aos fogos.

“Estes incêndios vieram reforçar ainda mais a necessidade que existe relativamente à construção da Barragem da Ribeira das Cortes”, disse o autarca durante uma conferência de imprensa realizada para fazer o balanço relativo aos dois incêndios que se registaram no concelho, nas duas últimas semanas.

O autarca explicou que no combate aos fogos, nomeadamente naquele que lavrou durante mais de 24 horas na Serra da Estrela, foram usados aviões anfíbios que tiveram que ir abastecer a outras barragens porque as existentes no concelho não tinham condições. “Tiveram de ir às Barragens da Marateca, de Idanha-a-Nova e do Sabugal, tudo porque não temos aqui espelhos de água para esse efeito”, revelou.

Carlos Pinto considera que tal “é incompreensível”, principalmente quando na Serra da Estrela “há água a correr pela encosta”. “Mal se compreende que não nos seja dada a possibilidade de construir esta barragem”, reiterou.

O presidente da Câmara da Covilhã recordou ainda que os helicópteros conseguiram abastecer na Barragem Viriato, mas tal implicou que as reservas de água tenham decrescido cerca de 10%. O autarca espera que tal não traga constrangimento ao abastecimento de água, mas garante que se já estivesse construída a nova barragem “certamente que tal preocupação nem sequer se colocaria”, defendeu. “Temos de ter água na zona das Penhas da Saúde para tudo o que é preciso, seja para o abastecimento, seja para o combate a incêndios”, concluiu.

A construção da Barragem da Ribeira de Cortes do Meio, na Serra da Estrela, é um desejo antigo do município. A obra implicaria um investimento global de 28,2 milhões de euros e até já teve assinado um contrato de financiamento com o Governo. A construção não avançou porque, em Abril, o tribunal deu provimento a uma providência cautelar interposta por um proprietário de um dos terrenos abrangidos.

No mesmo mês, alegando “questões formais do processo”, o secretário de Estado do Ambiente anulou a Declaração de Impacte Ambiental que permitia a construção daquela infraestrutura. O processo voltou à estaca zero, mas Carlos Pinto não desiste e já deu entrada com um novo pedido. O projecto da nova barragem esteve em discussão pública durante este mês.

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