Ministro das Finanças grego admite novo empréstimo mas recusa mais austeridade

Yannis Stournaras diz que se for necessário pacote financeiro será na ordem dos 10 mil milhões.

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Yannis Stournaras, ministro das Finanças da Grécia François Lenoir/Reuters

A Grécia até pode precisar de um terceiro resgaste, a rondar os 10 mil milhões de euros, mas não aceita mais medidas de austeridade. Esta é a posição do ministro das Finanças grego, numa altura em que um novo pacote de ajuda aos gregos voltou a merecer discussão entre alguns dos principais responsáveis da zona euro.

“Se houver necessidade de mais apoio à Grécia, será na ordem dos 10 mil milhões de euros, muito abaixo dos programas anteriores”, disse Yannis Stournaras, em entrevista ao jornal Proto Thema. A Grécia já recebeu dois pacotes de ajuda, totalizando 240 mil milhões de euros.

O tema foi reintroduzido por uma declaração de Wolfgang Schäuble, ministro das Finanças alemão, admitindo que a Grécia pode necessitar de mais ajuda.

Esta semana vários responsáveis europeus, a começar por Schäuble, confirmaram que está a ser equacionado um novo pacote de ajuda à Grécia, que não tem as suas necessidades de financiamento completamente asseguradas. O FMI estima que o Governo grego poderá ter um défice de financiamento de 4400 milhões em 2014 e mais 6500 milhões de euros em 2015, ou seja, depois de estar concluído o programa de ajustamento.

“Não estamos a falar de um novo resgate, mas sim de um pacote de apoio sem novos termos [de austeridade] até 2016. Os objectivos – as novas obrigações – foram estabelecidos e não podem ser exigidas outras medidas ou objectivos”, disse ainda Stournaras.

Segundo reportou este fim-de-semana a imprensa grega, a dívida pública do país ascendeu no final do primeiro semestre a 321 mil milhões de euros, correspondentes a 180% do Produto Interno Bruto (PIB) e a um aumento de 18 mil milhões de euros face ao final de Junho de 2012.

O ministro grego admitiu ainda que, actualmente, a Grécia ainda não cumpre as condições necessárias para financiar a sua dívida através do recurso aos mercados, mas mostrou confiança de que tal possa ocorrer durante o próximo ano.

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