Famílias gastam em média 525 euros no regresso às aulas

Estudo revela que pais estão a despender de mais dinheiro para adquirir material escolar.

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Papelarias e hipermercados continuam a ser os espaços escolhidos para as compras para o arranque escolar João Henriques

As famílias portuguesas vão gastar em média 525 euros com o regresso às aulas, segundo um estudo que revela um aumento da despesa e um objectivo de poupança nos gastos semanais das crianças por parte dos encarregados de educação.

Nos últimos três anos, os portugueses têm pago em média facturas cada vez mais altas para estudar: em 2010, a média foi de 499 euros; no ano passado subiu para os 507 euros e agora deverá atingir os 525 euros, de acordo com um estudo do Observador Cetelem, que inquiriu pessoas entre os 18 e 65 anos, residentes em Portugal continental.

Uma em cada quatro famílias (28%) prevê gastar entre 250 e 500 euros, indica o estudo que realizou 600 entrevistas telefónicas, durante o mês de Junho. Já 17% da população irá tentar fazer face às necessidades com um orçamento de 250 euros.

Com gastos acima da média surge um grupo de 14% dos inquiridos, que estima gastar mais de 750 euros, havendo mesmo uma pequena amostra da população (2%) que irá despender mais de 1.500 euros.

O inquérito questionou ainda quanto pretendem os pais gastar semanalmente com os alunos. Concluiu que o valor vai baixar ao passar de uma média semanal de 23 euros, em 2012, para 18 euros, este ano. Esta descida semanal significa que, este ano, os pais não deverão chegar aos mil euros anuais com estes gastos, ao passo que, no ano passado, gastaram quase 1.200 euros.

Material novo ou em segunda mão
O método escolhido para comprar o material escolar divide as famílias em dois grandes grupos: quase metade (47%) dos portugueses vai adquirindo esse material ao longo do ano, enquanto 51% faz todas as compras num único momento.

Uma em cada três famílias tenta poupar no momento de adquirir os manuais: 22% dos inquiridos pedem emprestado a amigos ou familiares e 19% compram em segunda mão. Estas são opções que têm vindo a ganhar cada vez mais adeptos, segundo o estudo que mostra que, em 2012, foram apenas 29% das famílias e, no ano anterior, a percentagem era de 24%.

No entanto, nem sempre é possível encontrar todos os manuais necessários e, por isso, as famílias acabam por ter de os comprar em falta. Resultado: 94% das famílias terá de comprar livros novos.

As papelarias e hipermercados continuam a ser os espaços de eleição para fazer as compras para o arranque escolar, apesar de a Internet começar a ganhar terreno: em 2011, 7% das famílias fizeram as suas compras na internet, em 2012 já foram 8% e, este ano, 12% deverão conseguir adquirir o material sem ter de sair de casa.

No caso em que o estudante é o inquirido, a opção pela compra online tem mais expressão: este ano 30% deverão fazer as compras em frente ao computador.

Além dos livros, as famílias tencionam ainda comprar vestuário, calçado e equipamento desportivo, entre outras despesas relacionadas com educação. Os portugueses, no entanto, ainda segundo o estudo, vão tentar poupar ainda mais do que nos últimos anos.

A maioria das famílias inquiridas tinha os filhos a estudar no ensino básico (75%) e apenas um em cada quatro tinha uma poupança para a educação futura dos seus filhos.

Ainda de acordo com o estudo, apenas 3% dos inquiridos têm os filhos a estudar no ensino particular, estando os restantes em escolas públicas.

Este ano, segundo os resultados do inquérito, aumenta igualmente o número de famílias que vai usar o cartão de crédito para fazer as compras necessárias: este ano, serão 12%, enquanto no ano passado, apenas uma em cada dez famílias recorreu a esse tipo de empréstimo.

O empréstimo médio será de 376 euros. No caso em que as famílias têm as crianças a estudar, o valor médio estimado por empréstimo é de 403 euros, enquanto no caso em que é o inquirido que estuda, esse valor ronda os 240 euros.

Corrigido autor do estudo às 17h19 de 21/08/13: no segundo parágrafoa, onde se lia "da empresa de medições Nielsen" passou a ler-se "do Observador Cetelem"

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