Novo Presidente do Irão quer trabalhar para pôr fim às sanções

Hassan Rohani disse que vai trabalhar para "relançar um entendimento construtivo com o mundo".

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Rohani tornou-se Presidente em Husseiniyeh, local de culto xiita AFP

A tomada de posse no Parlamento e a cerimónia com representantes internacionais só acontece domingo, mas o religioso moderado Hassan Rohani é desde este sábado o novo Presidente do Irão. Em Husseiniyeh, local de culto xiita, num discurso ao lado do Supremo Líder, o ayatollah Ali Khamenei, o homem que substitui Mahmoud Ahmadinejad prometeu trabalhar para obter o levantamento das sanções internacionais “injustas” e afirmou-se empenhado numa “interacção construtiva com o mundo”.

“É bom termos as centrifugadoras a operar, mas também é importante que o país funcione e que as rodas da indústria se movam”, disse Rohani na campanha eleitoral, em Junho. “O Governo vai trabalhar para salvar a economia, relançar um entendimento construtivo com o mundo, dar novos passos para a grandeza do Irão, assegurar os interesses nacionais e levantar as sanções injustas” impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia por causa do programa nuclear, afirmou ontem.

A República Islâmica defende o seu direito a desenvolver energia nuclear num programa que diz ter fins civis, mas norte-americanos, israelitas e europeus acreditam que o objectivo é construir bombas nucleares.

Depois de oito anos de Ahmadinejad, cuja presidência foi marcada por um clima de confronto permanente com Israel e os países ocidentais, a eleição de Rohani foi recebida como um virar de página. Homem do regime, era o mais moderado dos candidatos autorizados a concorrer às presidenciais e contou com o apoio de dois ex-presidentes, o reformista Mohammad Khatami e Akbar Hashemi Rafsanjani.

A vitória deste conservador moderado foi festejada em Teerão por alguns dos milhares de iranianos que em 2009 saíram à rua para denunciar a reeleição de Ahmadinajed como fraudulenta. O regime respondeu então à vaga de protestos com uma dura repressão e os candidatos do chamado Movimento Verde, Mir-Hussein Moussavi (que reclamou vitória há quatro anos) e Mehdi Karroubi estão presos.

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