Há portugueses entre os finalistas da segunda edição do Prémio Next Landmark, promovido pelo portal Floornature, que este mês premiou jovens arquitectos de todo o mundo nas áreas de primeiras obras, investigação e fotografia.
Entre os 20 finalistas da categoria “First Work”, vencida pelo arquitecto japonês Shoko Murakaji, encontram-se Raulino Silva e Sandra Gerardo. Já na competição de fotografia, Pedro Gabriel recebeu uma menção especial.
Raulino Silva apresentou-se a concurso com a Casa em Touguinhó II, uma habitação unifamiliar, encomendada por privados, construída em Vila do Conde, concluída em 2012. “A obra pretende proporcionar bem-estar no habitar e conforto, tendo em atenção a orientação solar, a paisagem e a relação do interior com o exterior”, descreve, por e-mail ao P3, o arquitecto, licenciado pela Escola Superior Artística do Porto, que fundou há dois anos um escritório próprio, onde, confessa, o “tema da habitação tem sido recorrente”. Mais casas estão em construção, até na mesma zona, e outras estão em fase de projecto.
Abrir um atelier próprio no contexto da arquitectura actual pode ser um risco, mas para Raulino foi um “processo natural”. “Esperemos que Portugal e a Europa nos deixem continuar.” Como pontos fortes do edifício distinguido, o arquitecto destaca “a unidade e a coerência na forma, nos materiais e nos sistemas construtivos”. Quem lá vive — um jovem casal com duas filhas pequenas — “gosta imenso”.
"Reconhecimento" surpresa
Já Sandra Gerardo, licenciada pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, viu, com alguma surpresa, a sua Casa H na lista de finalistas. “Não estava à espera, concorri na desportiva”, diz a arquitecta de 37 anos, actualmente desempregada, que espera que esta nomeação dê algum “reconhecimento” ao seu trabalho. Até porque, admite, neste momento a “emigração é uma das hipóteses em cima da mesa”.
Localizada em Benedita, no concelho de Alcobaça, a Casa H é uma habitação T3, encomendada por familiares. “O projecto está num terreno de reserva agrícola e existia lá uma habitação já devoluta. Não pude ir para além da implantação existente.”
De “forma condicionada”, Sandra conseguiu dar a “volta à questão” e projectar uma casa que se “desenvolve num piso térreo” e que tem também uma cave. Um edifício que tem “dois corpos distintos: um mais ligado à vida privada, com os quartos, e outro com uma grande sala de convívio”. De um lado, há vista para a Serra dos Candeeiros; do outro, para os campos. À volta, um muro, com pedra da região, que torna tudo mais “subtil”.
As fotografias da Casa das Histórias – Museu Paula Rego valeram a Pedro Gabriel uma menção especial. “Um estudo fotográfico que enfatiza a harmonia entre o edifício, desenhado por Eduardo Souto de Moura, e a paisagem natural do parque, que tornam este projecto recente (2008) em arquitectura clássica”, descreve o ArchDaily. Pedro terá agora o seu trabalho publicado no portal Floornature, no Livegreen Blog e exposto em Milão.