Austeridade provoca perda de 792 euros no rendimento de cada português

Contribuintes pagam este ano mais 2400 milhões em IRS.

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O valor dos ordenados pagos por transferência bancária baixou em 5100 milhões no primeiro semestre Nelson Garrido

A subida do IRS e a diminuição das remunerações deverão levar este ano a uma descida de 7900 milhões de euros nos rendimentos dos contribuintes, segundo cálculos divulgados pelo Diário de Notícias e Jornal de Notícias. A perda corresponde a um corte de 792 euros por cada português.

A descida referida pelos dois jornais decorre do aumento da carga fiscal sobre o trabalho e da diminuição das remunerações brutas dos trabalhadores revelada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) nas contas trimestrais, onde são divulgados dados relativos ao primeiro trimestre do ano.

Com o aumento da carga fiscal sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (redução dos escalões e a alterações das taxas), o montante a arrecadar pelo Estado com este imposto ascende a 2400 milhões de euros, segundo o valor previsto no orçamento rectificativo.

A isto é preciso somar a perda projectada nas remunerações brutas (influenciada pela queda no emprego e no aumento do número de desempregadas). O peso das remunerações no total da economia baixa em cerca de 5500 milhões de euros (para 79.000 milhões), segundo referem os mesmos jornais a partir de dados do INE para o primeiro trimestre.

A perda está espelhada, aliás, na descida no valor dos ordenados líquidos pagos por transferência bancária calculados pelo Banco de Portugal, que na primeira metade do ano baixaram em 5100 milhões de euros face ao mesmo período do ano passado.

Ao mesmo tempo, nas últimas contas nacionais trimestrais publicadas pelo INE, o instituto estatístico sublinhava a alteração da composição do rendimento disponível das famílias, visível nomeadamente na diminuição do peso das remunerações e no aumento das prestações sociais de contribuições sociais, que este ano deverão passar de 16.800 milhões de euros para 18.400 milhões.

No ano terminado no primeiro trimestre, o seu peso no rendimento disponível das famílias aumentou de 6,8% para 8,3% (em relação ao ano terminado em Março de 2012), enquanto o peso das remunerações baixou de 67,6% para 63,5%.

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