Congresso americano aceita fornecimento de armas aos rebeldes da Síria

Legisladores informaram Administração Obama que pode avançar com o envio de ajuda militar à oposição ao regime de Damasco.

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Os EUA deverão enviar material de artilharia aos combatentes da oposição REUTERS/Khalil Ashawi

O Congresso dos Estados Unidos deu luz verde ao fornecimento de armas à oposição que combate o regime do Presidente Sírio, Bashar al Assad, de acordo com uma proposta da Administração Obama.

“Alcançamos um consenso e estamos em posição de dizer à Administração para avançar com os seus planos relativos à Síria, apesar das nossas reservas”, disse à Reuters o presidente do comité de Serviços Secretos da Câmara de Representantes, Mike Rogers.

O congressista referia-se à oferta de ajuda militar às forças rebeldes feita pelo Presidente Barack Obama em Junho passado, e que levantou algumas reticências aos legisladores, que exprimiram a sua preocupação com a possibilidade de o armamento poder ser desviado para os grupos islamistas radicais envolvidos na guerra civil da Síria.

A Administração manteve negociações à porta fechada com as duas câmaras do Congresso. No dia 12 de Julho, os membros do Senado votaram o seu apoio ao plano da Casa Branca, e agora também a Câmara de Representantes deu o seu acordo, apesar de, como sublinhou Rogers, “não haver garantias sobre o sucesso da operação”.

Segundo a Reuters, o primeiro envio de material – supostamente armamento básico de artilharia – poderá acontecer já em Agosto.

Os legisladores receberam uma carta do Chefe de Estado-maior das Forças Armadas, general Martin Dempsey, onde estavam descritos os custos, os riscos e as consequências de cinco diferentes cenários para o envolvimento dos Estados Unidos no conflito da Síria.

Entre as opções militares, o general apontou o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea, como foi feito no caso da Líbia; a realização de ataques cirúrgicos a alvos limitados e ainda a realização de missões para assegurar o controlo do arsenal de armas químicas de Damasco.

“Nenhuma decisão que implique o uso da força pode ser tomada de ânimo leve. Trata-se, nem mais nem menos, de um acto de guerra”, sublinhou Martin Dempsey, que estimou em cerca de mil milhões de dólares o custo mensal de qualquer uma das alternativas militares.

Lembrando as experiências recentes do Exército norte-americano no Iraque e Afeganistão, o chefe das Forças Armadas alertou ainda a necessidade de projectar e precaver os impactos políticos de uma operação militar. “O que os últimos dez anos nos ensinaram é que não basta simplesmente alterar o equilíbrio do poder militar sem uma consideração séria do que é necessário para a preservação de um Estado funcional”, escreveu.

 

Notícia corrigida às 15h50: Os mil milhões de dólares apontados pelo general Martin Dempsey referem-se ao custo mensal das opções militares e não diário, como estava escrito.

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