CDS em silêncio, Alegre elogia, Catroga critica

O CDS informou que não iria reagir ao discurso de António José Seguro, secretário-geral do PS.

Os socialistas críticos do secretário-geral do PS congratularam-se com o fim das negociações. Alegre elogia, Catroga critica e parceiros sociais dividem-se.

Manuel Alegre, ex-candidato à Presidência da República, felicitou António José Seguro por ter sido “coerente” estando “em conformidade com o que sempre disse” e, dessa forma, fiel aos “princípios e valores” que o partido representa. Já sobre Cavaco Silva considerou que este “prolongou a crise” e “devia ter convocado eleições antecipadas”.

“Muito bem Seguro na sua comunicação. O PS limitou-se a ser coerente” disse o deputado João Galamba, do PS, no Facebook. Na mesma rede social, outro socialista, Pedro Marques, acrescentouque o PS “bateu-se intransigentemente pelos interesses de Portugal”. Também no Facebook, José Magalhães publicou: “Não haverá compromisso de salvação do governo e danação dos portugueses. Vitória do bom senso!”.

Eduardo Catroga, do PSD, afirmou que o PS teve uma “posição demagógica e de quem não quer chegar a acordo”, assim como uma “visão económico-financeira desligada do país”.

“O PS tinha uma especial responsabilidade no sentido de retomar o barco de salvação nacional”, salientou o antigo ministro do PSD, acrescentando que “quando há negociação tem de haver procura de um equilíbrio”. Eduardo Catroga prevê que o PS terá de “concordar com as condições que vão ser propostas pelos parceiros e credores” nos próximos meses. “Quem sai pior é o país”, assegurou.

O também social-democrata Nuno Morais Sarmento ficou “surpreendido” por ter sido José António Seguro a anunciar ao país o desacordo entre os três partidos. “Era ao Presidente [da República] que cabia esta comunicação”, sublinhou.

O CDS informou que não iria reagir ao discurso de António José Seguro.

Para Arménio Carlos, secretário –geral da CGTP, o PS tomou a decisão “mais correcta” ao rejeitar um acordo com o PSD e o CDS-PP. “Ao Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, não resta outro caminho senão convocar eleições antecipadas.

Arménio Carlos considerou ainda que o chefe de Estado “estava a tentar encontrar uma saída tipo ovo do colombo. Uma coligação com o PSD e o CDS-PP comprometeria o futuro do PS nos próximos tempos e, nesse sentido, o PS escolheu a possibilidade mais correcta”.

Da UGT, Carlos Silva lamentou que “os partidos não chegassem a um entendimento, pois o país é que fica a perder, porque o que está em causa é a unidade e a perspectiva de futuro”. O secretário-geral acrescentou que “caberá ao Presidente da República encontrar uma solução”.

António Saraiva diz-se “obviamente frustrado” com o desacordo entre os três partidos. O presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) esperou que “o bom senso finalmente imperasse” para chegar a um “acordo que era fundamental” para o país.

“Lamentavelmente, os dirigentes partidários não estiveram à altura”, afirmou António Saraiva. Quanto ao Presidente da República, o presidente da CIP afirmou que “seguramente terá pensado em soluções alternativas se o desacordo viesse a acontecer”.

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