Mandela, exemplo de "reconciliação", homenageado esta quinta-feira em Lisboa

O ex-Presidente da África do Sul foi homenageado com uma praça com o seu nome, no dia em que o seu 95.º aniversário é comemorado em todo o mundo.

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A praça D. Pedro IV passou a designar-se por praça Nelson Mandela durante esta quinta-feira Rui Gaudêncio

Praça Nelson Mandela é como se chama, durante toda esta quinta-feira, a praça D. Pedro IV, no Rossio. "Precisamos de de nos inspirar em homens como Nelson Mandela", afirmou Graça Fonseca, vereadora da Câmara Municipal de Lisboa (CML), no descerrar da placa simbólica.

A "honra" de Graça Fonseca em ter uma Praça Nelson Mandela por um dia foi partilhada com Rui Marques, presidente do Instituto Padre António Vieira, e Keitumetse Matthews, embaixadora da África do Sul em Portugal.

Rui Marques elogiou o "momento simbólico" integrado na homenagem mundial marcada pela Organização das Nações Unidas "para que o mundo não esqueça" o exemplo da "capacidade de reconciliação". Como "homem-chave" do século XX, Rui Marques acrescentou que Mandela deve ser "inspiração para o século XXI", especialmente neste "tempo difícil e duro" que o país atravessa. "Está ao alcance de cada um de nós continuar a mudar o mundo", assegurou. <_o3a_p>

Um "privilégio" a homenagem e o apoio lisboetas e uma "benção" que os mesmos aconteçam enquanto Mandela ainda vive foram as primeiras palavras da embaixadora da África do Sul às poucas dezenas que se reuniram no Rossio esta manhã. Keitumetse Matthews garantiu que ia informar a família de Mandela acerca da homenagem portuguesa, elogiando e agradecendo a comemoração com tanto destaque. <_o3a_p>

Placa em cortiça
Graça Fonseca quis salientar dois simbolismos. Por um lado, a construção da própria placa da praça, feita em cortiça "com dedicação, por jovens criativos", de propósito para este dia. Por outro lado, sendo esta uma "altura especial", evocou a prática das ideias de Mandela, da "luta pela justiça e pela democracia".

Da Academia Ubuntu, inspirada em Mandela, vários membros envegavam camisolas pretas com a inscrição 466/64, o número de preso do Nobel da Paz de 1993. Pequenas bandeiras da África do Sul identificavam os membros da embaixada, que também não quiseram faltar à cerimónia simbólica. <_o3a_p>

Repartidos por todos eles, dezenas de balões largados no final da cerimónia. "Nós estamos a pedir desejos, temos de largar os balões para os desejos se realizarem", explicou um membro da Umbutu. Mais precisamente, 67 desejos, representando os 67 anos que Mandela dedicou a melhorar o mundo. Esta quinta-feira, 67 gestos "simples" como "dedicar tempo a crianças" ou "visitar doentes longe da família", acrescentou. <_o3a_p>

Parte da Orquestra Todos, que tem o "ADN da diversidade cultural" como caracterizou Rui Marques, animou o Rossio antes do descerrar da bandeira, e após, na largada dos balões, que chamou a atenção de muitos turistas que passeavam na baixa lisboeta, e elogiaram a homenagem ao "homem que pertence ao mundo todo", como afirmaram.<_o3a_p>

Antecipada um dia por causa da moção de censura ao Governo pelo PEV, a cerimónia de homenagem a Nelson Mandela organizada pela Assembleia da República realizou-se na quarta-feira, também com a presença de Keitumetse Matthews. "Fazer de todos os dias o dia de Nelson Mandela" foi o apelo da embaixadora da África do Sul. <_o3a_p>

Nelson Mandela completa esta quinta-feira 95 anos. O líder da luta contra o apartheid está internado desde dia 8 de Junho com uma infecção pulmonar. <_o3a_p>
 

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